Batalhão do Choque entra em presídio do RN após cinco dias de rebelião

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 18/01/2017

LEANDRO MACHADO

NATAL, RN (FOLHAPRESS) - A Tropa de Choque da Polícia Militar entrou, na tarde desta quarta-feira (18), no presídio de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN), que estava com presos amotinados desde o último final de semana.

Com a entrada dos policiais, os detentos que estavam espalhados pelas diferentes áreas, inclusive sobre os telhados, retornaram para dentro dos pavilhões. Algumas bombas chegaram a ser ouvidas do lado de fora da penitenciária, que foi isolada.

Os problemas na unidade começaram no último sábado (14), quando um confronto entre facções rivais deixou ao menos 26 mortos. Na segunda (16), o presídio voltou a ficar fora de controle, situação que permanecia até a tarde desta quarta.

A entrada do batalhão aconteceu após a decisão de transferir parte dos presos. Quatro ônibus chegaram a encostar perto da penitenciária antes da entrada dos policiais. O número exato de transferências, porém, ainda não foi informado.

O governo também não informou a qual facção pertencem os presos que serão transferidos. "Por questão de segurança, não vamos falar", afirmou o major Eduardo Franco, porta-voz da Polícia Militar.

FORÇA NACIONAL

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou nesta quarta-feira (18) a representantes de entidades sindicais de agentes penitenciários, em audiência em seu gabinete em Brasília, que o governo vai criar um "grupo nacional de intervenção em presídios", que atuaria como uma espécie de Força Nacional voltada para as penitenciárias.

O grupo seria formado por cerca de cem agentes penitenciários cedidos pelos Estados por tempo determinado. Eles atuarão sob coordenação dos Estados e terão os custos compartilhados com a União. Também foi definida a necessidade de criação de um protocolo nacional para abordagem e tratamento dos presos em situações de crise.

Esses agentes seriam destacados para entrar nos presídios em crise ou sob ameaça e fazer a triagem da massa carcerária até para localizar e separar líderes de facções criminosas que hoje dominam os presídios no país.