Banco Central da Venezuela coloca em circulação novas notas do bolívar

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 16/01/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Banco Central da Venezuela começou a colocar em circulação nesta segunda-feira (16) as primeiras notas da nova família do bolívar, com um mês de atraso. A de maior denominação passa a ser a de 20 mil, contra a de 100 na família antiga, de 2008.

As primeiras cédulas começaram a ser entregues no Banco da Força Armada Nacional Bolivariana, uma das instituições financeiras estatais do país. Elas têm desenho e elementos de segurança similares às antigas.

Nos nove anos da família antiga, a inflação foi de 19.351%, motivo pelo qual 100 bolívares valem hoje R$ 0,48 na maior cotação oficial ou R$ 0,09 na paralela. O governo se recusava a emitir notas de maior denominação para não reconhecer a inflação.

Por isso, a chegada das novas cédulas deverá ser um alívio aos venezuelanos. Em um país com pouca penetração de cartões, era comum a cena de pessoas usarem maços de notas para pagar suas compras ou contas.

O governo do presidente Nicolás Maduro afirma que a entrada em circulação da nova família do bolívar era impedida por uma sabotagem feita pelos EUA, como parte do que chama de guerra econômica contra seu país.

No domingo (15), ele postergou novamente a validade da nota de 100 bolívares, que virou uma moeda na nova família. Agora, ela sai de circulação em 20 de fevereiro.

O chavista chegou a anunciar no mês passado a retirada abrupta de circulação da nota, deixando só três dias para a troca. A justificativa era impedir o contrabando da nota que, segundo ele, era uma ação de máfias colombianas a mando dos EUA.

Ele chegou a fechar as fronteiras da Colômbia e do Brasil para impedir que estas cédulas voltassem à Venezuela. No entanto, voltou atrás após uma série de saques e protestos violentos no fim de semana antes do Natal.

CASAS DE CÂMBIO

Também como uma forma de impedir a saída dos bolívares do país, o governo abriu oito casas de câmbio estatais em cidades próximas da fronteira com a Colômbia.

Segundo o vice-presidente, Tareck El Aissami, os cidadãos poderão trocar bolívares por dólares ou pesos colombianos usando a cotação oficial, que é um quinto do preço no mercado paralelo.

O limite para compra será o equivalente a 200 dólares na cotação oficial. O governo não disse, porém, se retirará nestes lugares a avaliação cambial, que impede a maioria dos venezuelanos de obterem moedas estrangeiras.