ATUALIZADA - Prisão onde morreram 56 presos está "sob controle", diz ministro da Justiça

Autor: Da Redação,
terça-feira, 03/01/2017

BRUNA CHAGAS

MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse estar "sob controle" o complexo Anísio Jobim (Compaj), onde 56 presos morreram no domingo (1º), na maior matança em presídios desde o episódio do Carandiru, em São Paulo, em 1992.

A declaração foi feita pouco depois de o ministro visitar o complexo, na manhã desta terça-feira (3).

Massacre em Manaus Matança em presídio deixa 56 vítimas no AM Massacre é capítulo da disputa entre facções Prisão foi considerada 'péssima' em inspeção Rebelião tem corpos esquartejados, diz juiz Líderes vão para presídios federais Veja maiores rebeliões em presídios do Brasil Caos nas prisões é regra em todo o país "A situação hoje no Compaj [durante visita] era uma situação normal, até porque o policiamento foi reforçado. A ala onde houve as mortes, onde ocorreram os homicídios, a chacina, está vazia, está isolada, já houve a limpeza", afirmou. "Apesar do clima tenso na penitenciária, está sob controle."

Moraes declarou ainda que não se pode justificar as mortes apenas por uma guerra entre facções, como foi dito pela Secretaria da Segurança Pública.

"Nós não trabalhamos com a questão de retaliação, até porque questão de rebelião com essa ferocidade, barbaridade, decapitação, fogo, isso não ocorre por um único fator", disse. "Rebelião assim é uma somatória de fatores que leva a essa reação. Então estamos analisando essa somatória de fatores."

O ministro, que chegou ao Amazonas na noite de segunda-feira (2), afirmou que detentos de facções que comandaram os ataques serão transferidos para presídios federais. O nome dos presos mortos ainda não foi divulgado. Segundo o ministro, o governo amazonense deve indicar até o fim da semana quais lideranças poderão ser deslocadas.

Moraes declarou ainda que, no país, é preciso "controlar melhor presídio e separar a criminalidade organizada por periculosidade de crime". "O presídio não é de facção, é do poder público."