Cuba inicia funeral de Fidel Castro em cidade que foi berço da revolução

Autor: Da Redação,
domingo, 04/12/2016
Funcionários fecham túmulo onde foram enterradas as cinzas de Fidel.

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após uma semana de homenagens, começou neste domingo (4) às 7h locais (10h horário de Brasília) o funeral de Fidel Castro em Santiago de Cuba, berço da revolução cubana.

Depois de percorrer em caravana a ilha caribenha, as cinzas do ex-presidente -que morreu no dia 25 de novembro aos 90 anos- chegaram ao cemitério da cidade, e 21 tiros foram disparados para marcar o início da cerimônia no cemitério de Santa Efigênia.

Os restos mortais de um dos protagonistas do último século, que governou com mão-de-ferro por quase 50 anos, serão enterrados a poucos metros do mausoléu do herói independentista José Martí.

A cerimônia é privada, com presença apenas da família, da cúpula do partido cubano e de alguns convidados.

Aos gritos de "Eu sou Fidel", milhões de cubanos prestaram as últimas homenagens ao líder em praças e ruas ou nos acostamentos das estradas por onde passou a caravana com as cinzas.

Raúl Castro, 85, que governa desde 2006, quando Fidel ficou doente, estará à frente do governo até fevereiro de 2018, mas permanecerá com seu cargo máximo no Partido Comunista de Cuba.

No sábado (3), durante o último grande ato em memória de Fidel, o presidente cubano jurou que defenderá a revolução socialista.

"Diante dos restos de Fidel (...) juramos defender a pátria e o socialismo", disse.

Sem se afastar do regime de partido único, Raúl Castro está empenhado em uma série de reformas para oxigenar o modelo de cunho soviético, enquanto avança no processo de aproximação com os Estados Unidos iniciado em dezembro de 2015.

SEM MONUMENTOS

Participaram das homenagens de sábado os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, da Bolívia, Evo Morales, e da Nicarágua, Daniel Ortega, além dos ex-presidentes brasileiros Lula e Dilma Rousseff.

Na ocasião, Raúl Castro disse que converterá em lei o último desejo de seu irmão: proibir as estátuas ou monumentos em sua memória.

Fidel "rejeitava qualquer manifestação de culto à personalidade e foi coerente com esta atitude até as últimas horas de vida", disse.