Em documentário sobre o pai, Adam Nimoy vai além do Spock de 'Star Trek'

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 02/12/2016

RODOLFO VIANA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Leonard Nimoy, o Dr. Spock da série "Star Trek", repetia em diversos episódios que desejava "uma vida longa e próspera" a seus afetos. É a mesma vontade de seu filho, Adam Nimoy, diretor do documentário "For the Love of Spock": perenizar a existência e a sorte do personagem meio humano, meio vulcaniano.

Nimoy pai morreu em fevereiro de 2015 -um ano antes da série "Star Trek", lançada em 1966, comemorar seu 50º aniversário. Ainda estava vivo quando Nimoy filho propôs o documentário sobre o personagem -ou melhor, sobre "o significado de Spock para o homem [Leonard]", diz Adam na manhã de sexta-feira (2), durante a exibição do longa na Comic Con 2016.

Financiado coletivamente por fãs que doaram mais de 600 mil dólares para a aquisição dos direitos de reprodução de material de emissoras de TV, o documentário extrapola o cientista de orelhas pontudas e sobrancelhas na posição diagonal. Para explicar o personagem, diz Adam no documentário, era preciso entender o ator.

Com depoimentos de William Shatner (o capitão Kirk da série original), Zachary Quinto e J.J. Abrams (respectivamente, o Spock e o diretor da versão século 21 de "Star Trek"), entre outros, o documentário parte do jovem que não teve apoio dos pais para estudar artes dramáticas e, para bancar seu sonho, vendia aspiradores de pó e aquários para consultórios de dentistas.

Nesse tempo, fazia pequenas pontas em filmes B e séries de TV, até que foi chamado para dar vida a Spock em "Star Trek", série que durou, em sua versão original, apenas três temporadas, mas cujo personagem se tornou um ícone da cultura pop -a ponto de ter seu nome ligado de brinquedos a comerciais de cerveja.

Adam, apesar do evidente parentesco com o personagem retratado no documentário, não se furta a tratar de assuntos espinhosos, como o problema com álcool do pai, sua ausência enquanto a série estava no ar, e a relação conturbada entre ambos.

O documentário já está disponível nos EUA, em plataformas digitais. No Brasil, deve chegar no começo de 2017.