ATUALIZADA - Tropa de choque intervém, e alunos deixam escola ocupada em São Paulo

Autor: Da Redação,
sábado, 08/10/2016

FABRÍCIO LOBEL

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Estudantes que ocupavam a escola Estadual Caetano de Campos, no centro de São Paulo, desde a noite de sexta-feira (7), decidiram sair do colégio após a chegada da tropa de choque da Polícia Militar.

Segundo a Polícia Militar, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), a diretoria do colégio acionou a polícia após estudantes terem entrado no colégio. A ideia dos alunos era permanecer no local até que a proposta de reforma do ensino médio da gestão do presidente Michel Temer (PMDB) fosse revogada.

A polícia chegou à porta da escola com escudos e armaduras no fim da tarde deste sábado (8). Segundo o coronel Gasparian, a tropa estava pronta para desocupar o local quando os alunos saíram. A justificativa é o entendimento de que a ocupação de prédios públicos prescinde de mandado de reintegração de posse segundo orientação do governo do Estado em maio.

Uma comissão dos alunos se reuniu com oficiais da PM e na negociação foi acordada a saída pacífica dos estudantes. Não houve feridos na operação.

Os estudantes planejam para a próxima segunda-feira (10) uma assembleia que discutirá novas ações do movimento.

OCUPAÇÕES

Entre abril e maio, estudantes secundaristas ocuparam unidades do Centro Paula Souza, em São Paulo, em protesto pela alimentação nas escolas. Os alunos exigiam que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) fornecesse refeições em todas as 219 Etecs do Estado.

Em novembro de 2015, estudante de São Paulo também ocuparam escolas como protesto contra medida da gestão Alckmin que fecharia 92 unidades de ensino e transferiria 311 mil alunos. As ocupações e manifestações nas ruas fizeram com que Alckmin suspendesse a mudança, o que resultou na saída do então secretário de Educação Herman Voorwald.

REFORMA

A reforma do ensino médio foi anunciada pelo governo federal no dia 23 de setembro. A medida provisória de Temer deverá passar pela Câmara e pelo Senado.

Nesta terça-feira (4), após a divulgação dos dados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2015, em que mais da metade das escolas do país teve piora na nota, representantes do MEC voltaram a defender o projeto. "Muitos alegam que a reforma vai aumentar a desigualdade, mas é o contrário, ela vai promover maior equidade ao sistema", disse secretária-executiva da pasta, Maria Helena Guimarães.

O governo previa que as primeiras turmas tivessem o novo modelo de ensino em 2018, mas já cogita a possibilidade de que o início demore mais tempo do que o previsto e fique apenas para 2019.