ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - Transgêneros poderão integrar as Forças Armadas americanas, anunciou nesta quinta (30) o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter. O Pentágono já discutia desde 2015 a abolição de leis que discriminassem militares por gênero ou sexualidade.
No ano passado, o presidente Barack Obama nomeou o primeiro gay assumido para gerir o Exército e abriu todos os cargos de combate às mulheres -antes, por exemplo, elas eram barradas nos Rangers, a tropa de elite militar.
A RAND Corporation, think tank que desenvolve pesquisas para o Departamento de Defesa, aponta que 2.450 do 1,3 milhão de membros ativos das Forças Armadas se identificam com um gênero diferente daquele que aparece em sua certidão de nascimento. Em média, 65 militares buscam a mudança de gênero por ano, segundo o estudo.
Até esta quinta, os transgêneros seguiam a política do "don't ask, don't tell" (não pergunte, não conte, em tradução livre), em vigor desde 1993.
Na prática, ela permitia que integrantes da comunidade LGBT prestassem serviço militar, desde que não contassem a ninguém sobre sua orientação sexual e de gênero.
Obama derrubou em 2010 o veto a gays assumidos. Para transgêneros, a aceitação veio seis anos depois.