Líderes europeus cobram da Rússia manutenção do cessar-fogo na Síria

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 04/03/2016

JULIANO MACHADO
BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) - Em uma conferência por telefone de cerca de 50 minutos, nesta sexta-feira (4), os principais líderes da Europa cobraram do presidente da Rússia, Vladimir Putin, a manutenção do frágil cessar-fogo na Síria, em vigor desde 27 de fevereiro, instaurado para pressionar o regime do ditador Bashar al-Assad a retomar negociações de paz na semana que vem, em Genebra (Suíça).
Participaram da conversa com Putin os premiês do Reino Unido, David Cameron, e da Itália, Matteo Renzi, além da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, François Hollande -estes últimos se encontraram pessoalmente em Paris para discutir também a política europeia para os refugiados.
Segundo uma porta-voz de Cameron, o premiê britânico afirmou que o Ocidente tem de aproveitar a trégua provisória para buscar uma "transição que não passe por Assad".
O próprio governo russo, porém, informou na quarta-feira (2) que o cessar-fogo, do qual não fazem parte as facções terroristas Estado Islâmico e Frente al-Nusra, já havia sido violado 31 vezes.
Antes do acordo, Moscou vinha realizando bombardeios aéreos no norte da Síria contra grupos rebeldes.
Após a conferência, Hollande criticou Assad por ter marcado as eleições parlamentares para o dia 13 de abril, classificando a decisão de "provocativa" e "irrealista".
O anúncio da data do pleito ocorreu pouco depois de EUA e Rússia chegarem a um acordo para o cessar-fogo.
Putin, porém, defendeu as eleições, dizendo que isso "não interfere no processo de paz" e está de acordo com a Constituição síria, que prevê o pleito a cada quatro anos -o último foi em 2012, e os mandatos dos congressistas atuais terminam em maio.