Ribeirão Preto registra explosão de casos suspeitos de zika

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 29/02/2016

MARCELO TOLEDO
RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Município que vive um caos na rede pública de saúde devido à epidemia de doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti, Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) já registrou 2.326 casos suspeitos de vírus da zika neste ano.
O total inclui 379 gestantes que apresentaram manchas vermelhas no corpo e aguardam o resultado de exames. As informações constam de boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (29) pela secretaria da Saúde de Ribeirão.
Os dados, referentes ao período de 1º de janeiro a 15 de fevereiro, apontam uma explosão nos casos suspeitos de zika. Foram registrados 440 em todo o mês passado e, só nos primeiros 15 dias deste mês, houve 1.886 notificações.
A notificação de casos de gestantes também teve alta significativa desde janeiro. Dos 87 casos de grávidas que tiveram manchas vermelhas e foram submetidas a exames, 14 confirmaram a presença do vírus da zika e seis foram descartados. Os demais aguardam os resultados dos exames.
Já em fevereiro, foram 312 notificações, ainda sem nenhum resultado. As grávidas foram submetidas a exames pela prefeitura devido à associação entre o vírus da zika e a microcefalia em recém-nascidos.
A cidade teve, desde 2015, cinco notificações de microcefalia, nenhuma relacionada à infecção pelo vírus da zika, de acordo com a Vigilância Epidemiológica.
Os casos de dengue já somam 5.848 confirmações na cidade, sendo 2.064 deles em fevereiro. O volume já supera o total de todo o ano passado (5.272). Há, ainda, 87 suspeitas de chikungunya;41 de janeiro e 46 deste mês.
Por causa da alta infestação do Aedes, a cidade prevê enfrentar uma epidemia histórica de dengue, com até 60 mil casos da doença.
SUPERLOTAÇÃO
A UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central viu a média de atendimentos diários saltar de 600 para 900 devido à procura de pacientes com suspeitas de alguma das doenças.
Na única UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), projetada para atender 400 pessoas por dia, a média também atinge 900 –antes do início de epidemia, eram 600.
Essa superlotação tem provocado lentidão no atendimento - que chega a cinco horas; e queixas de pacientes e acompanhantes.
Agressões verbais, chutes em portas, vidros quebrados, empurrões e até prisões de pacientes passaram a fazer parte da rotina de profissionais da saúde que atuam no atendimento de casos de dengue.