Últimos reféns sírios capturados pelo EI são libertados após resgate

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 22/02/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O grupo Estado Islâmico obteve milhões de dólares em resgates pelo sequestro de um grupo de cristãos sírios, informaram nesta segunda-feira (22) autoridades cristãs e um grupo de oposição.
Nesta segunda, a facção terrorista libertou os últimos dos 230 reféns, que foram sequestrados na Síria em fevereiro passado.
A libertação do último detido encerrou a saga de um ano para os cristãos -muitos deles mulheres e crianças- durante o qual suas famílias não receberam nenhuma notícia.
Younan Talia, da Organização Democrática Síria, disse à agência Associated Press que cerca de 40 prisioneiros, que seriam os últimos, foram libertados nesta segunda-feira e chegaram à cidade de Tall Tamr, no nordeste do país.
ONDE FICA TALL TAMR
Talia disse que a libertação ocorreu após mediação conduzida por um padre sírio no norte da Síria.
Ela informou que o EI havia exigido US$ 18 milhões pela libertação dos reféns, mas que não saberia informar quanto foi pago, pois o valor foi reduzido após negociações.
Osama Edward, diretor da Rede Síria de Direitos Humanos, baseada em Estocolmo (Suécia), disse que 42 cristãos, a maioria mulheres jovens e crianças, foram liberados.
Em Londres, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos também disse que 42 foram libertados, incluindo pelo menos 17 mulheres.
CAMPANHA
Um cristão sírio disse que a comunidade síria em todo o mundo lançou uma campanha pela libertação dos cativos logo depois de eles terem sido sequestrados.
Uma conta bancária foi aberta na cidade iraquiana de Irbil, e doações começaram a fluir de todo o mundo.
"Nós enviamos grandes quantias de dinheiro, milhões de dólares, mas não US $ 18 milhões", informou o sírio, que pediu anonimato porque não estava autorizado a discutir a negociação. "O valor pago foi metade do exigido", acrescentou.
Ele disse que o destino de cinco sírios que desapareceram durante o sequestro ainda era desconhecido.
UM ANO
Os extremistas capturaram suas vítimas, membros de uma seita cristã, em fevereiro passado, após percorrerem várias comunidades na margem sul do rio Khabur, na província de Hassakeh.
Resgates por sequestros são uma das principais fontes de renda para os extremistas, que capturaram dezenas de jornalistas e trabalhadores humanitários nos últimos anos, obtendo grandes somas de dinheiro por alguns e matando outros.
Em novembro, o EI informou que matou um norueguês e um chinês após ter exigido resgate para sua libertação dois meses antes.