Papa sugere uso de contraceptivos por causa do vírus da zika

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 18/02/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O papa Francisco sugeriu que mulheres em tratamento contra o vírus da zika poderiam recorrer ao uso de contraceptivos, dizendo que há uma clara diferença moral entre o aborto e a prevenção de uma gravidez.
Em sua volta da viagem de seis dias ao México, Francisco foi perguntado se o aborto ou o controle de natalidade poderiam ser considerados um "mal menor", quando foi confrontado sobre regiões onde o vírus da zika vem causando uma emergência de saúde pública.
A zika, cujos sintomas incluem febre baixa e irritação cutânea, vem sendo ligado a casos de microcefalia - uma má-formação cerebral - em recém-nascidos no Brasil, embora a conexão ainda não tenha sido provada.
Em suas considerações, Francisco traçou um paralelo com a decisão tomada pelo papa Paulo 6º na década de 1960 de aprovar dar contraceptivos a freiras que vinham sendo sistematicamente estupradas no Congo belga para evitar ficarem grávidas.
Casos de microcefalia no Brasil
Francisco excluiu o aborto do debate. "O aborto não é um mal menor, é um crime", disse. "Levando uma vida para salvar outra. É um crime. É um mal absoluto ".
"Por outro lado, evitar a gravidez não é um pecado absoluto. Em certos casos, como nesse (da zika), como o que mencionei do abençoado Paulo 6º, isso é claro."