Cem caminhões com mantimentos são enviados a cidades sitiadas

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 17/02/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um comboio com cem caminhões com ajuda humanitária deixou Damasco nesta quarta (17) em direção a três cidades controladas por rebeldes que estão sob cerco das forças sírias. A operação foi apoiada pela ONU e autorizada pelo regime de Bashar al-Assad.
Segundo a Associated Press, 24 caminhões levando comida, remédios e outros suprimentos já estavam muito próximos à cidade de Madaya, a noroeste da capital, na tarde desta quarta, enquanto 35 caminhões já tinham chegado em Mouadamiya al-Sham, a sudoeste de Damasco.
Uma outra parte do carregamento seguiu para Zabadani, a noroeste da capital, também cercada pelo Exército, e para as vilas de Al-Foua e Kefraya, na província de Idlib, cercadas por rebeldes.
Como parte dos esforços de ajuda humanitária, uma clínica móvel do Crescente Vermelho sírio também foi enviada a Madaya para atender os civis feridos.
Segundo a organização Médicos sem Fronteiras, pelo menos 46 pessoas teriam morrido de inanição apenas em Madaya entre dezembro e janeiro. Segundo testemunhos, a escassez de alimentos teria levado moradores a comer plantas e animais de estimação.
O regime sírio autorizou o acesso a sete áreas sob o cerco de suas forças. A ONU estima que haja cerca de 486,7 mil pessoas sitiadas em 15 regiões sob cerco das forças de Assad na Síria e 4,6 milhões de pessoas em áreas de difícil acesso.
Na última semana, comboios de caminhões já haviam levado ajuda humanitária para civis famintos nas cidades sitiadas.
No último mês, imagens de crianças e adultos famintos circularam pelas redes sociais em todo mundo, gerando comoção e revolta.
Este é o mais recente episódio da crise humanitária gerada pela guerra civil na Síria, que teve início em março de 2011 com um levante contra o regime de Assad.
Atualmente, o controle territorial do país está fracionado entre forças leais ao regime e grupos rebeldes. O conflito abriu espaço para milícias extremistas, como o Estado Islâmico, expandirem sua influência na região.
A guerra já deixou mais de 250 mil mortos e provocou o deslocamento de quase metade dos cerca de 20 milhões de habitantes do país, incluindo 4 milhões de pessoas que se refugiaram em outros países.