Hospital ligado à ONG Médicos Sem Fronteiras na Síria é bombardeado

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 15/02/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um hospital ligado à ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi alvo, nesta segunda (15), de um ataque aéreo na Síria, deixando mortos e feridos.
O centro médico estava localizado em Maaret al-Numan, na província de Idlib.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, cuja sede fica no Reino Unido, o bombardeio teve autoria russa e ao menos nove pessoas morreram. A MSF ainda não confirmou essa contagem, mas disse que ao menos oito de seus funcionários estão desaparecidos.
A ONG administra seis centros médicos no norte da Síria e dá apoio a mais de 150 hospitais e outros estabelecimentos de saúde em todo o país.
Segundo ativistas da oposição ouvidos pela Associated Press, toda a estrutura do hospital desabou. Médicos e funcionários do hospital estariam tentando encontrar sobreviventes nos destroços.
MSF
Desde setembro de 2015, forças aéreas da Rússia passaram a intervir na Síria em apoio às tropas do ditador sírio Bashar al-Assad. O governo Vladimir Putin alega estar combatento o avanço da facção terrorista Estado Islâmico, mas é acusado de mirar alvos civis e rebeldes da oposição moderada.
Na semana passada, a ONG Human Rights Watch apresentou um relatório em que acusava as forças do governo sírio e os militares russos de realizar ataques com bombas "cluster" (de fragmentação, proibidas internacionalmente) no país.
Na última terça (10), o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que os ataques russos na Síria estão ajudando o governo "criminoso" de Assad.
"As ações da Rússia na Síria estão tornando ainda pior uma situação que já era muito ruim", afirmou, em Bruxelas. "Como consequência direta da campanha militar russa, o regime criminoso de Assad está conquistando terreno, a oposição moderada síria está recuando e novos milhares de refugiados estão fugindo para a Turquia e a Europa."
OUTROS ATAQUES
Em novembro de 2015, outro ataque a um hospital apoiado pela MSF no país deixou 7 mortos e 47 feridos.
No início de outubro, no Afeganistão, também ao menos 30 pessoas morreram após um bombardeio americano a um hospital da MSF em Kunduz. O Exército americano depois anunciou a suspensão dos militares envolvidos diretamente na ação e atribuiu o ataque a um erro humano "trágico".