Tatuagens da Rosas de Ouro marcam primeiro dia de desfile em SP

Autor: Da Redação,
sábado, 06/02/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A marca da primeira noite do carnaval paulistano ficou por conta da Rosas de Ouro e seu enredo sobre tatuagem.
No carnaval em que blocos de rua tiveram destaque, o sambódromo também teve bom público, em noite em que a já tradicional chuva deu trégua. Com exceção de um problema com refletores, que atrasou o início do evento, nada atrapalhou a folia.
A Rosas veio com um desfile cheio de detalhes, em que os integrantes fizeram mais de 10 mil tatuagens temporárias.
A própria presidente da escola, Angelina Basílio, entrou na onda e fez uma permanente. “Nosso desfile foi melhor do que imaginávamos”, disse. “E acabou o meu dinheiro”, brincava ela nos bastidores do espetáculo, enquanto era consolada e parabenizada por dirigentes de outras escolas.
Em um carnaval carente de celebridades, a rainha da bateria Ellen Rocche foi quem mais disputou os flashes de fotógrafos profissionais e também de foliões.
Quem também causou alvoroço foi a madrinha de bateria da Gaviões da Fiel, a apresentadora Sabrina Sato.
Com a proposta de trazer seres imaginários à avenida, em um enredo subjetivo, Sabrina disse que o objetivo da escola era emocionar.
A escola levantou a arquibancada no fim da madrugada. Fogos de artifícios eram vistos no céu e muitas bandeiras nas arquibancadas.
“Foi difícil, mas nós estamos aqui. Vamos representar o Corinthians na avenida, vamos ser campeões de novo”, disse o presidente da escola, Rodrigo Fonseca. “A gente não vem pelo jurado, vem para representar o corintiano”.
A escola que abriu os desfiles no Anhembi foi a Pérola Negra, que trouxe um enredo em homenagem à dança e ao bairro sede da escola, a Vila Madalena. Com um bom samba, a escola teve no entanto dificuldade de colocar seus dois primeiros carros alegóricos na avenida.
Com um enredo biográfico sobre a atriz Claudia Raia, a Nenê de Vila Matilde passou pela avenida sem sobressaltos. A escola, que é uma das mais tradicionais de São Paulo, levou um samba leve para o Anhembi.
A presença da atriz global empolgou tanto o público das arquibancadas que a diretoria comemorava aos prantos o desfile. As fantasias e carros da escola, no entanto, eram mais simples do que os das concorrentes na mesma noite.
A Unidos de Vila Maria trouxe um enredo sobre Ilhabela. Em um dos carros, piratas presos aos carros alegóricos se lançavam sobre a platéia. A escola buscou no Rio de Janeiro um dos compositores de seu samba-enredo, Dudu Nobre. Mas a letra não emplacou e a escola passou diante de um Anhembi desanimado.
Homenageando a escola carioca Beija-Flor, a Acadêmicos do Tatuapé entrou na avenida já com o dia claro e boa parte da arquibancada vazia.
Um dos carros recriou a polêmica alegoria de Joãosinho Trinta em que a imagem de Jesus Cristo entrou na Marquês de Sapucaí encoberta e com a mensagem “mesmo proibido olhai por nós”. A Águia de Ouro já havia abordado temas religiosos ao fazer seu enredo sobre Maria, mãe de Jesus.
O público que resistiu até depois das 7h aplaudiu e cantou junto.