Preconceito contra muçulmanos fere os EUA, diz Obama em mesquita

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 03/02/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente dos EUA, Barack Obama, tentou nesta quarta-feira (3) corrigir o que caracterizou como uma "impressão amplamente distorcida" dos muçulmanos americanos, afirmando que o preconceito contra qualquer segmento da sociedade americana deve ser enfrentado com a "cabeça erguida".
"Vimos crianças sendo intimidadas, mesquitas sendo vandalizadas", afirmou o líder americano, alertando que o tratamento desigual de certos grupos sociais danifica o tecido que mantém o país unido. "Não somos assim."
Em um discurso na Sociedade Islâmica de Baltimore, Obama reagiu contra preconceitos que os muçulmanos americanos dizem ter crescido após os ataques terroristas em Paris e na Califórnia.
Em sua primeira visita a uma mesquita dentro do território americano, Obama relatou que uma muçulmana de 13 anos de Ohio lhe escreveu para contar que está assustada.
Para Obama, que afirmou que essa menina é como uma de suas próprias filhas, é errado que qualquer criança sinta dúvidas ou questione se pertence a determinada sociedade.
Antes do discurso, o presidente americano participou de uma mesa-redonda com integrantes da comunidade muçulmana de todo o país.
Desde que assumiu a Presidência, em janeiro de 2009, Obama visitou mesquitas durante algumas de suas viagens ao exterior, mas não dentro dos EUA.
Nos últimos meses, Obama denunciou em vários pronunciamentos, sem alusões diretas, o discurso xenófobo de alguns dos pré-candidatos republicanos à Casa Branca e, em particular, a proposta de um deles, Donald Trump, de vetar a entrada ao país aos muçulmanos perante a ameaça do terrorismo radical islâmico.
"Nossa liberdade está ligada à liberdade dos demais, independentemente de como são, de onde vêm, de qual é seu sobrenome ou que fé praticam", ressaltou o presidente em dezembro na cerimônia de comemoração do 150º aniversário da 13ª Emenda da Constituição americana, que aboliu formalmente a escravidão.
Uma semana depois, em outro discurso nos Arquivos Nacionais, Obama ressaltou que a imigração é a "origem" dos EUA e pediu para que não se volte a "sucumbir ao medo" em relação ao estrangeiro para que não se repitam "erros" do passado.