Grupo curdo abandona negociações de paz na Síria

Autor: Da Redação,
sábado, 30/01/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A principal delegação da oposição na Síria viajou neste sábado (30) da Arábia Saudita para Genebra, na Suíça, onde as Nações Unidas promovem uma rodada de negociações para tentar pôr fim à guerra civil iniciada em 2011.
Ainda não está claro, porém, se a delegação vai participar de diálogos diretos com o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad. As negociações indiretas começaram nesta sexta-feira (29), com um encontro entre o enviado das Nações Unidas, Staffan de Mistura, e a delegação do governo sírio.
O Alto Comitê de Negociações, que reúne as entidades oposicionistas sírias, havia ameaçado boicotar o encontro até que um conjunto de exigências preliminares fosse atendido -libertação de prisioneiros, suspensão dos ataques aéreos a civis pelas forças da Rússia e da Síria e fim do bloqueio do Exército sírio a áreas controladas por rebeldes.
Mais tarde, o comitê concordou em enviar a delegação a Genebra, embora ainda insista que não negociará enquanto suas demandas não forem atendidas. Esta é a primeira tentativa de chegar a um acordo para encerrar o conflito desde as fracassadas negociações de 2014.
Também neste sábado (30), integrantes do maior grupo curdo da Síria deixaram a Suíça após terem sido excluídos das negociações.
O copresidente do Partido da União Democrática (PUD), Saleh Muslim, abandonou o encontro quando ficou claro que ele não seria convidado a tomar parte dos diálogos, disse seu porta-voz Nawaf Khalil.
A participação dos curdos no diálogo tem sido objeto de polêmica desde antes da reunião de Genebra. A Turquia, que luta contra separatistas curdos em seu território, considera o PUD um grupo terrorista, e o comitê da oposição síria vê o partido como próximo demais do regime de Assad.
Diferentemente de outros grupos convidados à reunião, o partido curdo não fora chamado a participar pelo enviado especial da ONU.