Samarco entrega estudo definitivo sobre rompimento de barragens

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 28/01/2016

JOSÉ MARQUES
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - Duas semanas após entregar à Justiça um estudo preliminar sobre as consequências de um eventual rompimento das barragens que ainda estão de pé em Mariana (MG), a Samarco informou que apresentou o documento definitivo nesta quarta-feira (27).
A mineradora afirma que agora irá contratar uma empresa especializada para a elaboração de um plano de emergência das barragens.
O estudo, chamado "dam break", foi feito após o Ministério Público e o governo de Minas Gerais pedirem à Justiça que a Samarco antecipasse quais estragos seriam causados se as estruturas próximas à barragem de Fundão, que se rompeu em 5 de novembro, também ruíssem.
O prazo de entrega foi marcado para o último dia 11, mas a mineradora entregou uma versão incompleta dois dias depois. Agora, a Promotoria analisa se o novo documento contém todos os dados que foram solicitados.
Um dos pontos elencados anteriormente pelo Ministério Público foi a falta de medidas concretas que deveriam ser tomadas em cada caso apresentado. Em depoimento ao órgão, o consultor que elaborou o texto, Joaquim Pimenta de Ávila, disse que não foi contratado para esse fim.
DESLIZAMENTO
Como a Folha de S.Paulo revelou, cenários analisados pelo estudo preveem que, caso as barragens de Germano e Santarém se rompam, a destruição será maior que a do dia 5 de novembro.
Os locais são monitorados e recebem obras de reforço da Samarco. Nesta quarta (27), a área sofreu um deslizamento de aproximadamente 1 milhão de m3 de lama, segundo o Ibama.
A Samarco creditou o incidente às fortes chuvas que ocorreram na última semana na região e evacuou os trabalhadores do local. Os rejeitos deslizaram de Fundão e ficaram assentados próximos à barragem de Santarém, que armazena água para produção mineral.
Em novembro, o rompimento da barragem de Fundão causou 19 mortes e deixou um rastro de destruição que chegou ao litoral do Espírito Santo, a mais de 600 km de distância.