Obama determina fim de solitárias para menores em prisões federais

Autor: Da Redação,
terça-feira, 26/01/2016

MARCELO NINIO
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, determinou o fim do encarceramento de menores em solitárias em prisões federais, uma medida que irá beneficiar 10 mil jovens detentos. Segundo o presidente, a decisão foi tomada com base em um estudo sobre os excessos cometidos no sistema prisional norte-americano.
Em artigo no jornal "Washington Post", Obama diz que os Estados Unidos são "o país da segunda chance", mas que a oportunidade muitas vezes é arruinada pelo trauma causado pela solitária.
"Pesquisas sugerem que o confinamento em solitárias tem o potencial de ter consequências psicológicas devastadoras e duradouras. Ele foi associado a depressão, alienação, reclusão, capacidade reduzida de interagir com outros e comportamento violento", escreveu o presidente. "Alguns estudos indicam que pode piorar doenças mentais existentes e até provocar novas. Prisioneiros em solitárias tem mais probabilidade de cometer suicídio, especialmente menores e pessoas com doenças mentais".
Obama também baniu a solitária para os pequenos infratores e anunciou a ampliação de programas para tratar doentes mentais. Há 100 mil presos em solitárias nas cadeias dos EUA, afirmou o presidente, incluindo menores e doentes mentais.
O anúncio faz parte da reforma na justiça criminal que Obama tem promovido nos últimos meses, com foco na redução da superpopulação carcerária. De acordo com o presidente, os 2,2 milhões de detentos em cadeias dos EUA custam anualmente US$ 18 bilhões aos cofres do Estado.
Obama espera que a reforma sirva de modelo para prisões for a do sistema federal. Ele citou exemplos de estados que reduziram o confinamento em solitárias e tiveram resultados positivos, como o Colorado, onde diminuíram os ataques a guardas penitenciários.
"Na América nós acreditamos em redenção. Acreditamos, nas palavra do papa Francisco, que toda pessoa humana é dotada de dignidade inalienável e a sociedade só pode se beneficiar com a reabilitação daqueles condenados por crimes", disse o presidente. "Acreditamos que quando as pessoas cometem erros, elas merecem a oportunidade de refazer suas vidas."