Ataque a tiros em universidade no Paquistão deixa 20 mortos

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 20/01/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um atentado a tiros reivindicado por um líder do grupo radical islâmico Taleban contra uma universidade no Paquistão deixou ao menos 20 mortos, incluindo estudantes e professores, além de vários feridos.
De acordo com a polícia, pouco após o início das aulas desta quarta-feira (20), quatro atiradores abriram fogo contra salas de aula e dormitórios na Universidade Bacha Khan, na cidade de Charsadda, no nordeste do país.
Segundo as autoridades, o ataque terminou depois de o Exército trocar fogo com os extremistas e matar todos eles. Explosões e tiros foram ouvidos no local.
"Eles [os atiradores] vieram por trás, houve um grande alvoroço", disse um estudante que ficou ferido no ataque, já no hospital, a uma emissora local. "Fomos orientados pelos professores a sair dali imediatamente. Algumas pessoas se esconderam nos banheiros."
Após o ataque, o primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, prometeu destruir a "ameaça do terrorismo" no nordeste do país, que tem partes controladas pelos insurgentes.
"Nós estamos determinados e decididos em nosso compromisso de varrer a ameaça do terrorismo da nossa terra", declarou o premiê, em comunicado.
O campus se preparava para receber na tarde desta quarta-feira um recital de poesia para comemorar o aniversário da morte de Khan Abdul Ghaffar Khan, que dá nome à universidade, fundador de um partido político liberal contrário ao Taleban.
ALEGAÇÕES CONTRADITÓRIAS
Diferentes membros do Taleban dão versões contraditórias sobre a autoria do ataque contra a universidade.
Um líder do Taleban, califa Uma Mansur, reivindicou a autoria do atentado. Ele foi o arquiteto do massacre, ocorrido em dezembro de 2014, que matou 150 pessoas, sendo a maioria crianças, em uma escola militar em Peshawar, localizada a cerca de 35 quilômetos de Charsadda.
Mansur disse ter ordenado quatro atiradores a atacar a universidade como forma de se vingar da ofensiva das forças de segurança paquistanesas contra os insurgentes nos últimos meses.
Entretanto, o porta-voz oficial do Taleban paquistanês, Muhammad Khorasani, negou vínculo do grupo com a ação e disse "condenar fortemente" o atentado.