Pesquisas de vacina contra zika devem iniciar já no 1° semestre, diz ministro

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 13/01/2016

NATÁLIA DE CASTRO CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - As pesquisas de uma vacina contra o vírus zika devem iniciar já no primeiro semestre deste ano e podem ser feitas por ao menos três laboratórios brasileiros, que já buscam parcerias para os testes.
A informação foi dada nesta quarta-feira (13) pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, após visita à sala nacional de coordenação e controle de ações para enfrentamento da microcefalia, em Brasília.
Segundo o ministro, três laboratórios brasileiros já articulam cooperações com órgãos internacionais para realizar pesquisas sobre uma possível imunização contra o vírus. Entram na lista o Instituto Butantan, Instituto Evandro Chagas, de Belém, e Bio-Manguinhos, da Fiocruz.
"Eles ainda não estão estudando, mas já estão articulando para começar a desenvolver. E vamos começar logo", disse. "Se vamos gastar tantos anos para fazer a vacina, não podemos atrasar nem mais um mês", completou.
Representantes do Ministério da Saúde devem participar de reuniões com os laboratórios nesta sexta (15) e sábado (16) para discutir o tema. "Estamos em contato com os laboratórios para desenvolvermos em tempo recorde a vacina contra a zika. É uma vacina muito mais simples de ser desenvolvida do que a da dengue. A da dengue envolve [imunização para] quatro sorotipos, e a da zika é só uma. Mas mesmo sendo mais simples, ainda vamos ter que esperar alguns anos."
Um possível público-alvo para a imunização, segundo Castro, seriam as mulheres em período fértil, como forma de evitar complicações em bebês que possam ser decorrentes da infecção pelo zika. Hoje, o governo estuda uma possível relação entre o vírus e o aumento de casos de microcefalia.
"Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Vamos dar para as pessoas em período fértil", disse.
VISITA AOS IMÓVEIS
Castro disse "ter esperança" de cumprir a meta de que agentes de endemias e do Exército visitem 100% dos imóveis do país até o fim de janeiro. O objetivo é realizar inspeções e eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti.
"Hoje, mais de dois terços dos criadouros estão dentro das residências. Precisamos mobilizar a sociedade porque, sem ela, não vamos ter êxito", disse.
Outra ação prevista, segundo Castro, é a instalação de telas em caixas de água e canos de alguns Estados do Nordeste, como o Ceará. "O armazenamento dessas águas estava sendo um excelente criadouro do mosquito", criticou.