Argentina captura dois fugitivos de caso que agitou a política local

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 11/01/2016

MARIANA CARNEIRO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - O governo argentino informou nesta segunda-feira (11) que capturou os dois últimos fugitivos que estavam sendo buscados havia 15 dias no país.
Cristian Lanatta e Victor Schillaci foram presos na zona rural da província de Santa Fé, ao norte de Buenos Aires, na manhã desta segunda.
No sábado (9), o primeiro fugitivo, Martín Lanatta, havia sido capturado, em meio a uma confusão das autoridades sobre os demais foragidos. O presidente, Mauricio Macri, chegou a cumprimentar a polícia pela prisão dos três, até que foi difundida a informação de que dois deles ainda estavam livres.
Os três fugiram de uma penitenciária da província de Buenos Aires, onde cumpriam prisão perpétua por um assassinato triplo em 2008. A Justiça concluiu que eles são parte de uma quadrilha de efedrina -matéria-prima para a produção de drogas sintéticas- e os homicídios teriam sido motivados por uma disputa de traficantes.
Sua história, porém, acabou misturando-se com a política. O novo governo e funcionários da ex-presidente Cristina Kirchner trocaram acusações sobre cumplicidade com o crime organizado e responsabilidade na fuga.
Os três fugiram da prisão na província de Buenos Aires, no dia 27 de dezembro, sem enfrentar resistência. O governo de Macri suspeita que eles tiveram a saída facilitada com o intuito de sabotar a nova administração.
Martín Lanatta ficou conhecido neste ano ao dar uma entrevista acusando o então chefe de gabinete de Cristina, Aníbal Fernández, de integrar a quadrilha de traficantes e ser o mandante dos assassinatos de 2008.
O suposto envolvimento feriu a imagem do político, que perdeu a eleição de governador para a aliada de Macri, María Eugenia Vidal.
Após a fuga, Macri acusou o kirchnerismo de ser cúmplice com o tráfico de drogas e a busca pelos fugitivos transformou-se numa caçada nacional.
Os três serão transferidos nesta segunda para a capital, onde deverão ser ouvidos pela Justiça sobre se houve ou não ajuda para sua fuga e se há políticos envolvidos no caso.