Após elogio presidencial, polícia argentina nega captura de fugitivos

Autor: Da Redação,
sábado, 09/01/2016

LUCIANA DYNIEWICZ
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Após o presidente da Argentina, Mauricio Macri, parabenizar a equipe que teria capturado os três fugitivos condenados por três assassinatos ocorridos em 2008, a polícia do país negou ter encontrado dois dos criminosos.
Macri escreveu em seu perfil na rede social Twitter que o trabalho em equipe havia sido fundamental para a prisão dos fugitivos. Cerca de três horas depois, o chefe da Polícia Federal, Roman di Santo, afirmou à imprensa local que apenas um dos condenados, Martín Lanatta, fora de fato localizado.
O desaparecimento dos três impactou a política do país. Há rumores de que funcionários do governo de Cristina Kirchner foram responsáveis pela fuga.
Martín, seu irmão Cristian e Víctor Schillaci faziam parte de uma quadrilha de traficantes de matéria-prima para drogas sintéticas. Durante a campanha eleitoral de 2015, Martín acusou o então chefe de gabinete de Cristina, Aníbal Fernández, de ser o líder da quadrilha e o mandante dos assassinatos.
O suposto envolvimento com traficantes feriu a imagem do político, que acabou perdendo a eleição de governador de Buenos Aires.
Os três condenados escaparam no dia 27 de dezembro e não enfrentaram resistência, donde se presumiu que a saída fora facilitada com o intuito de sabotar o governo da província de Buenos Aires, comandado por María Eugenia Vidal. A governadora é do mesmo partido do presidente.
Vidal acusou aliados do governo de Cristina de darem suporte e proteção aos fugitivos. Macri, por sua vez, afirmou que o kirchnerismo é cúmplice dos criminosos.
"Por inação, incapacidade ou cumplicidade do governo anterior, o narcotráfico avançou na última década como nunca em nosso país", discursou na segunda (4).