Venezuela pede que diplomatas não se metam em impugnação de deputados

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 08/01/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, pediu na noite de quinta-feira (7) aos diplomatas autorizados a ficar no país que não interfiram na questão dos deputados impugnados pela Justiça.
O alerta foi dado pelas autoridades depois que o presidente da Assembleia Nacional, o opositor Henry Ramos Allup, deu posse na última quarta-feira (6) a três parlamentares da oposição mesmo com o impedimento judicial.
Para os chavistas, a decisão foi um atropelo ao Poder Judiciário, dominado pelo governo do presidente Nicolás Maduro. Devido a isso, anunciaram oficialmente que não vão respeitar as decisões do Legislativo, controlado por seus rivais.
A determinação foi feita durante reunião de Rodríguez com os representantes dos países que têm corpo diplomático no país. Para a chanceler, a posse dos deputados impugnados foi uma violação à Constituição do país.
"Nós demos informação relevante sobre as violações da Constituição, às leis da república por esta bancada burguesa, anticonstitucional, inconstitucional e que violenta as leis da Venezuela", disse.
Ela afirmou que deu aos diplomatas "dados suficientes" sobre o que está acontecendo na Venezuela e pediu aos países que "encerrem as mentiras sobre a Venezuela, que encerrem as campanhas de ódio".
Horas antes, o presidente Nicolás Maduro voltou a dizer que pretendem fazer uma intervenção internacional no país. Na opinião dele, a oposição quer preparar um clima de violência para permitir a interferência externa.
Desde que assumiu a Presidência, em 2013, o mandatário diz ser vítima de uma conspiração liderada pelos EUA para derrubá-lo. Ele também atribui aos americanos a queda do preço do petróleo, um dos fatores para a crise econômica.
ANULAÇÃO
Na quinta, a bancada chavista na Assembleia Nacional pediu ao Tribunal Supremo de Justiça que anule as decisões do Parlamento enquanto os três deputados impugnados estiverem participando das sessões.
Por outro lado, o presidente da Assembleia Nacional, Henry Barros Allup, disse que não se pode considerar a medida como um desacato, como dizem os parlamentares governistas.
A oposição considera a decisão judicial ilegítima porque ela foi determinada também por juízes indicados pela antiga legislatura, de maioria chavista, dias antes da posse da nova Assembleia, dominada pela oposição.