Médicos britânicos ameaçam fazer a primeira paralisação em 40 anos

Autor: Da Redação,
terça-feira, 05/01/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo do Reino Unido anunciou nesta terça-feira (5) que tentará negociar com os médicos do Serviço Nacional de Saúde (NHS, sigla em inglês) para evitar que a categoria faça na semana que vem a primeira paralisação desde novembro de 1975.
Os médicos residentes e em início de carreira, que são mais de 50% do NHS, reivindicam a manutenção do aumento anual de salário, o fim das jornadas excessivas de trabalho e pagamento adicional de horas extras e dias de folga.
O sindicato critica ainda o novo contrato de trabalho proposto pelo secretário de Saúde, Jeremy Hunt, que, na opinião da categoria, retira todos os benefícios e não dá garantias ao cumprimento de horas de trabalho previstas.
Na segunda (4), a categoria ameaçou atender apenas casos de emergência nos hospitais na próxima terça (12) se não tiverem suas reivindicações atendidas. Todas as consultas e cirurgias eletivas previstas para o dia serão cancelados.
Caso o impasse com o governo continue, os cerca de 45 mil médicos pretendem fazer duas novas paralisações de 48 horas, previstas para começarem nas manhãs de 26 de janeiro e 10 de fevereiro.
A categoria previa fazer as paralisações em dezembro, mas suspenderam devido às festas de fim de ano. O chefe da Associação Médica Britânica (BMA, na sigla em inglês), Mark Porter, disse que as negociações fracassaram.
"Para que as paralisações sejam canceladas, o governo precisaria reconhecer as profundas preocupações dos médicos em início de carreira e ser capaz de ir além em suas propostas", disse o médico à rádio BBC.
Jeremy Hunt criticou a paralisação. "Nossa prioridade absoluta é a segurança do paciente e garantir a entrega de um atendimento de qualidade sete dias por semana. É extremamente decepcionante que eles escolheram uma paralisação que não ajuda ninguém."
O NHS recebe mais de 30% do Orçamento do governo em serviços públicos. Nas últimas semanas, o governo britânico é questionado por não dar recursos suficientes ao órgão para manter o padrão de atendimento.