Morte de PM pode ter motivado 1ª chacina do ano na Grande SP

Autor: Da Redação,
sábado, 02/01/2016

LUCAS FERRAZ, ELVIS PEREIRA E LUDIMILA GONÇALVES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil investiga se a primeira chacina do ano na Grande SP, que deixou quatro mortos e um ferido em Guarulhos na madrugada desta sábado (03), tem relação com a morte de um policial militar na semana passada na mesma região.
O PM foi morto na última quarta-feira (30), também em Guarulhos, quando, de folga, interveio num assalto a uma casa de peças. Ele trocou tiros com os assaltantes e acabou morto -somente um dos bandidos foi preso pela polícia.
Agora, uma das linhas de investigação é se a chacina deste sábado teria sido uma vingança pela morte do PM.
De acordo com a polícia, no início da madrugada, um grupo de jovens que estava em um bar na Vila Galvão foi alvo de disparos que partiram de homens que desceram de um veículo preto de quatro portas, segundo testemunhas.
Ainda segundo uma das testemunhas, os assassinos seriam dois ou três homens, todos eles encapuzados no momento da ação em frente ao bar –que seria ponto de venda de drogas.
Morreram Leonardo José de Souza, 23, Francisco Pereira Caetano, 23, Hermes Inácio Moreira, 19, e Adriano Silva Araújo, 28. Adriano e Leonardo, segundo a polícia, já haviam sido presos por furto e tráfico de drogas. Um dos mortos, ainda segundo a polícia, foi atingido por três tiros na cabeça.
Um outro jovem, de 29 anos e com passagem por tráfico de drogas, ficou ferido e permanecia internado no final da manhã deste sábado -o estado dele é considerado grave. Ainda não há pistas dos atiradores.
Segundo o boletim de ocorrência, quando a perícia técnica chegou ao local do crime, não havia nenhuma cápsula ou projéteis em frente ao bar.
Na manhã deste sábado, moradores do bairro afirmaram à reportagem terem visto minutos antes do crime um carro da Força Tática da PM com as luzes apagadas nos arredores do bar.
A morte do PM, três dias antes, ocorreu a 3 km do local dessa chacina. O policial morto atuava no 5º Batalhão da PM, na Vila Gustavo, na zona norte de São Paulo.
No ano passado, policiais foram presos por suspeita de participação em algumas das maiores chacina do Estado. Na principal delas, em agosto, são suspeitos de participação na morte de 32 pessoas em cinco municípios vizinhos na região metropolitana: Osasco, Barueri, Carapicuíba, Itapevi e Santana do Parnaíba. A principal linha da investigação é que a série de ataque tenha sido retaliação de policiais ao assassinato do colega.
Em abril, policiais foram presos sob suspeita de participação na chacina de oito pessoas que estavam em uma festa na sede da torcida Pavilhão 9, do Corinthians.