Haddad receberá representantes do Uber e diz que regulação sairá até 5ª

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 05/10/2015

FERNANDA PEREIRA NEVES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou nesta segunda-feira (5) que vai se encontrar com representantes do Uber nos próximos dias para discutir o projeto de lei, já aprovado pela Câmara, que proíbe o serviço na cidade.
O encontro, que não teve a data informada, acontece após a empresa responsável pelo aplicativo fazer uma campanha para pressionar Haddad a vetar o projeto. Mensagens publicadas em jornais dizia que "não seria por falta de coragem" que o prefeito proibiria o serviço do aplicativo.
Segundo Haddad, os estudos jurídicos e técnicos já foram concluídos, e a regulamentação do aplicativo deve sair entre quarta (7) e quinta-feira (8).
"Nosso ponto de vista está firmado, mas não quero antecipar antes de conversar com essas pessoas que estão de boa fé querendo uma discussão conosco", disse o prefeito nesta segunda.
"Não podemos dispensar uma tecnologia disponível que é do agrado do usuário em função de preconceitos. Mas temos que reconhecer que sem regulação esse serviço vai degradar e não auxiliar a cidade", completou.
Essa não é a primeira vez que Haddad manifesta a intenção de regulamentar o Uber. Em Paris, ele havia defendido a busca de um caminho intermediário para evitar conflitos com os cerca de 30 mil táxis que circulam na cidade.
MULTAS
Haddad também comentou nesta segunda os problemas enfrentado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Como a Folha de S. Paulo mostrou, o número de câmeras em operação caiu para 40% do total, e o total de funcionários nas ruas caiu de 1.736, em junho de 2013, para 1.562, no mesmo mês deste ano.
"Temos licitações paradas no Tribunal de Contas e estamos fazendo todo o esforço e apelo para que sejam liberadas. As mudanças no edital não são significativas e, na minha opinião, não exigiriam um ano de análise, mas tenho que respeitar o tribunal, é o tempo dele", disse o prefeito.
Os problemas ocorrem em um momento de aperto na fiscalização, em que a prefeitura aumenta a quantidade de multas aplicadas e, consequentemente, bate recordes de arrecadação nesse campo.
Até agosto entraram nos cofres municipais R$ 612 milhões pelo pagamento de autuações, um aumento de 14% em comparação ao mesmo período do ano passado e o maior valor em dez anos.