Líder democrata judaico votará contra acordo com Irã no Congresso dos EUA

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 07/08/2015

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O senador Chuck Schumer, um dos principais líderes democratas de origem judaica, declarou nesta quinta-feira (6) que votará contra o acordo nuclear com o Irã no Congresso dos Estados Unidos.
Embora prevista pela Casa Branca, a oposição do senador judaico prejudica a articulação política de Barack Obama, correligionário de Schumer, para conseguir derrubar uma moção de repúdio ao pacto.
A decisão foi anunciada em um texto publicado no site Medium. Nele, o parlamentar justificou sua decisão dizendo que não é sua intenção provocar uma guerra, mas não acredita no comprometimento do Irã.
"É porque eu acredito que o Irã não vai mudar e, sob este acordo, será capaz de atingir seus dois objetivos, que é eliminar as sanções mantendo seus poderes nuclear e não nuclear."
Desde que foi aprovado o acordo, em julho, Schumer era observado de perto pelos aliados de Obama. Ele analisou todo o documento e teve encontros com o presidente e membros da negociação antes de tomar a decisão.
Após o anúncio do senador, o deputado Eliot Engel, representante democrata na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, também declarou sua oposição. Outros parlamentares judaicos deverão fazer o mesmo.
GARANTIA DE VOTOS
A Casa Branca já previa a contrariedade de senadores judaicos. Membros do governo disseram à CNN que o anúncio de Schumer veio depois que Obama já havia conseguido o apoio suficiente para deixar a moção sem efeito.
Para aprovar qualquer mudança, os opositores ao acordo nuclear precisariam de dois terços dos votos em cada uma das Casas do Congresso. Isso significaria ter os votos de 290 deputados na Câmara e de 67 senadores.
Os republicanos têm maioria simples no Congresso, mas, mesmo com os democratas judaicos, não são capazes de derrubar a medida. Ambos consideram que o acordo não impedirá que o Irã obtenha uma bomba atômica.
Durante todo o mês de julho, Obama fez intensa campanha para conseguir o apoio de seus correligionários no Congresso. Ele delegou a missão à líder democrata no Senado, Nancy Pelosi.
Integrantes do Partido Democrata disseram que a iniciativa deu certo. O lobby democrata ocorreu ao mesmo tempo em que Israel realizava uma nova ofensiva contrária ao acordo, pressionando principalmente os judaicos.
O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu chegou a criticar o lobby de Obama, embora ele mesmo tenha feito um discurso no Congresso americano em março para defender a rejeição ao pacto com o Irã.