Familiares que pagarem resgate a terroristas não serão punidos nos EUA

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 24/06/2015

GIULIANA VALLONE
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - Parentes de norte-americanos feitos reféns por grupos terroristas no exterior não serão ameaçados de processo pelo governo dos EUA caso tentem pagar por sua libertação.
A mudança foi anunciada nesta quarta-feira (24) pelo presidente Barack Obama e faz parte de uma ampla iniciativa da Casa Branca para mudar a política sobre reféns no país, considerada falha pelas autoridades.
Em discurso, Obama afirmou que muitas famílias se sentem "perdidas na burocracia" do governo sobre o assunto, admitindo que há falha de comunicação entre as agências federais que cuidam do tema.
"Houve momentos em que o nosso governo, apesar de bem intencionado, decepcionou essas famílias", disse.
Por meio de ordem executiva (decretos presidenciais), o presidente manteve, no entanto, a posição do governo federal de não fazer concessões aos terroristas, como a transferência de dinheiro público em troca do retorno de reféns.
"Eu sei que isso pode ser alvo de um intenso debate público. Eu avalio esse assunto não só como presidente, mas como marido e pai. E se a minha família estivesse em risco eu obviamente moveria céu e terra para tê-los de volta", afirmou.
"Como presidente, no entanto, preciso considerar de forma mais ampla a nossa segurança nacional. E pagar o resgate colocaria mais americanos em risco, não menos."
Apesar disso, Obama ressaltou que o governo pretende ajudar na comunicação e negociação com os sequestradores e intermediar o contato com os familiares para assegurar o retorno dos reféns.
A ordem executiva desta quarta também cria um grupo que reúne agências federais para trabalhar na recuperação de reféns e melhoras a comunicação com as famílias.
Além disso, o governo vai apontar um nome para coordenar os esforços diplomáticos dos Estados Unidos no exterior a respeito do tema.