SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Andreas Lubitz, copiloto alemão que derrubou em março um avião da Germanwings com 150 pessoas a bordo na região dos alpes na França, ensaiou seu suicídio no voo de ida da aeronave, conforme relatório das autoridades aéreas francesas revelado pelo jornal alemão "Bild" nesta quarta-feira (6).
O documento, que avalia os dados da segunda caixa-preta da aeronave, será divulgado nesta quarta (6) pela agência de investigação de acidentes aéreos da França (BEA) e colocado à disposição da Justiça.
No mesmo dia do acidente, 24 de março, Andreas Lubitz teria feito no voo de ida, entre Düsserldorf e Barcelona, várias descidas controladas do avião sem nenhuma justificativa durante os cinco minutos em que o piloto estava fora do cockpit.
Nesse curto período de tempo, Lubitz teria ordenado diversas vezes que o piloto automático descesse a aeronave até a altitude de cem pés. Em dado instante, o copiloto teria programado, ainda, que o avião subisse até a altitude máxima de 49 mil pés.
No momento em que o piloto retornou para o cockpit, a altitude selecionada por Lubitz já havia se normalizado.
A manobra foi realizada na etapa de aterrissagem e, por isso, seu efeito teria passado despercebido pelos controladores de voo.
Suspeita-se que Lubitz quisesse testar os mecanismos de controle da aeronave para ensaiar a derrubada do avião. No entanto, as autoridades não descartam que a manobra não tenha sido somente um ensaio, mas sim uma primeira tentativa de derrubar o avião.
O novo documento aponta que o suicídio de Lubitz teria sido planejado com antecedência, descartando a possibilidade de ter sido provocado por uma crise momentânea. O copiloto já havia tido episódios de depressão em anos anteriores e teria tendências suicidas, segundo as autoridades.
No voo da volta, Lubitz trancou-se no cockpit do Airbus A320 e jogou a aeronave contra os Alpes sem que ninguém pudesse impedi-lo, matando outras 149 pessoas na queda.