Contra cibercrimes, Obama incentiva aliança entre empresas e governo

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 13/02/2015

GIULIANA VALLONE
NOVA YORK, EUA - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta sexta-feira (13) uma ordem executiva para incentivar a troca de informações entre as empresas e o governo como forma de combater novos ataques cibernéticos, a exemplo do sofrido pela Sony Pictures no fim de 2014.
Em discurso no Vale do Silício, na Califórnia, sede das maiores empresas de tecnologia dos EUA, Obama afirmou que o espaço cibernético é o novo "Velho Oeste".
"Em alguma medida, as pessoas esperam que o governo seja o xerife. Quando algo como o ataque à Sony acontece, elas querem saber o que o governo pode fazer sobre isso", disse à plateia de presidentes de empresas de tecnologia, autoridades, e defensores do direito à privacidade.
Mas, segundo o presidente, o setor privado também precisa fazer mais. "Assim como estamos conectados como nunca, precisamos trabalhar juntos como nunca, tanto para aproveitar oportunidades quanto para enfrentar os desafios dessa era de informação."
A segurança cibernética tornou-se uma prioridade da Casa Branca após uma série de ataques contra empresas e órgãos do governo americano.
Nos últimos meses, as redes de varejo Target e Home Depot e a seguradora de saúde Anthem sofreram invasões de hackers que roubaram informações de milhares de norte-americanos. O Twitter do Comando Central dos EUA também foi atacado.
"Só há uma maneira de defender os Estados Unidos dessas ameaças: o governo e a indústria trabalharem juntos, compartilhando informações apropriadas como verdadeiros parceiros", disse.
A ordem executiva assinada nesta sexta incentiva a criação das chamadas Organizações de Análise e Compartilhamento de Informação -grupos privados que devem ser criados com o propósito de compartilhar informações.
É o início do caminho para a aprovação, pelo Congresso, de projeto do presidente que prevê proteção judicial para empresas que compartilhem informações sobre ameaças cibernéticas com o governo.
As informações seriam recebidas pelo centro de segurança cibernética do Departamento de Segurança Nacional, que, por sua vez, as repassaria a agências federais e a essas organizações.
Mas Obama enfrenta a resistência de grandes empresas de tecnologia, como Google e Facebook, que ainda se ressentem por ter tido sua imagem prejudicada pelas revelações sobre o programa de espionagem do governo feitas por Edward Snowden, ex-funcionário da NSA, em 2013. Para elas, pouco mudou desde o escândalo.