Confraria do Garoto lava com arruda e água de cheiro porta da Petrobras

Autor: Da Redação,
terça-feira, 13/01/2015
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Mesmo com os portões fechados, por determinação da direção da Petrobras, a Confraria do Garoto – grupo formado por 13 homens que sempe homenageia e critica a quem merece –, do Rio de Janeiro, conseguiu fazer hoje (13) a lavagem simbólica da porta da sede da empresa, no centro do Rio de Janeiro. A confraria tem o mote o número de seus integrantes e promovem seus eventos sempre nos dias 13.

O xerife da confraria, fundada em 1974, Nelson Couto, disse que o ato reforça a defesa da Petrobras como patrimônio do povo brasileiro. Empunhando cartazes com frases “O petróleo é nosso” e “A Petrobras é nossa”, os confrades tentaram convencer o representante da segurança da estatal de nome Alberto (não disse o sobrenome) de que a intenção não era criticar ninguém. “Para isso, tem o Ministério Público, tem a Polícia Federal”, destacou Nelson.

Ele sustentou que a confraria, cuja tônica é o bom humor e a brincadeira constante, é neutra em relação às denúncias de corrupção na empresa.  “Nós somos neutros. Nosso negócio é água de cheiro e arruda”. Nelson Couto lembrou que foi a partir da campanha popular “O petróleo é nosso”, iniciada no final da década de 1940, que o então presidente Getulio Vargas criou a Petrobras. “Se o petróleo é nosso, a Petrobras também é nossa”, completou.

Ele espera que “algum milagre aconteça para salvar a Petrobras”. Segundo ressaltou, o objetivo da Confraria do Garoto é “sempre abrir caminhos". Acrescentou que "[a confraria] não é uma entidade, é um estado de espírito”, referindo-se à data  que é marca do grupo. Os membros da entidade costumam desfilar pelo centro do Rio de Janeiro em todas as sextas-feiras 13. Hoje, foi uma exceção, mas Nelson Couto destacou que é o primeiro dia 13 de 2015.

De acordo com o representante da Área de Segurança da Petrobras,  a ordem de impedir a entrada não foi específica para o grupo cultural carioca, mas procurou evitar a entrada no prédio de manifestantes que promoviam manifestação em local próximo, na Rua Henrique Valadares, na Lapa. “Parece que a intenção de  vocês é fazer um manifesto pacífico na porta da empresa”, disse Alberto a Nelson Couto. Embora o trato fosse amigável entre seguranças e os colegas da confraria, as grades permaneceram fechadas, vedando o acesso à escada da estatal, para a lavagem.

Como não teve acesso às escadarias, a confraria fez a lavagem e a varredura da empresa com galhos de arruda e pétalas de rosas na calçada mesmo, para “afastar os maus espíritos e o mau olhado”. Foram distribuídos pequenos galhos de arruda aos funcionários que entravam e saíam da companhia, na hora do almoço.

Fundada inicialmente por 13 homens, a confraria tem atualmente dez membros. O fundador, Júlio Ribeiro Júnior, que morreu hoje, está sendo velado no Memorial do Carmo, no Caju, na zona portuária.