Feministas dizem sofrer perseguição após denunciar estupros na USP

Autor: Da Redação,
terça-feira, 25/11/2014

MONIQUE OLIVEIRA
SÃO PAULO, SP - Mulheres coletivo feminista Geni, que denunciaram casos de estupro dentro da Faculdade de Medicina da USP, dizem que estão sendo perseguidas por alunos e ex-alunos da universidade.
Elas mostraram à reportagem posts de Facebook que mostram essa perseguição. Elas são chamadas de prostitutas e são exortadas a ser banidas da universidade.
"Essas sujas deveriam sumir e prestar algo condizente com mentalidade delas", diz um post.
Marina Pikman, membro do coletivo e estudante do quarto ano, chegou a trancar o curso de medicina. "Eu fiquei muito deprimida com tudo, vou esperar a poeira abaixar e voltar ano que vem", relata.
Ana Cunha, estudante do terceiro ano de medicina, diz que as agressões são sistemáticas e que nenhuma medida está sendo tomada.
Nesta quarta (25), a Faculdade de Medicina da USP submete o relatório da Comissão à votação na plenária da instituição. O relatório indica medidas para coibir atos de abuso sexual na universidade.
Recentemente, alunas do curso de Medicina da USP denunciaram na Assembleia casos de estupro em festas universitárias.
CPI
O deputado Adriano Diogo (PT), que preside a Comissão de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa que investiga os casos de estupros e abusos na USP, disse já ter colhido 39 assinaturas para instaurar uma CPI para investigar os casos de abuso sexual, homofobia e racismo nos cursos de medicina das universidades.
A intenção é que a CPI "fure a fila" de outras investigações que estão na frente. Apenas sete comissões podem ocorrer simultaneamente na Assembleia.