Nos EUA, juiz autoriza enfermeira que esteve em Serra Leoa a sair de casa

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 31/10/2014

SÃO PAULO, SP - Um juiz do Estado do Maine (EUA) rejeitou nesta sexta-feira (31) uma ordem de autoridades de saúde do Estado para restringir o movimento da enfermeira Kaci Hickox.
A enfermeira esteve recentemente em Serra Leoa cuidando de pacientes com ebola, a serviço da ONG Médicos Sem Fronteiras. Ela passou por teste para verificar se estava infectada, e o resultado foi negativo.
Nesta quinta, Hickox desafiou uma ordem do serviço de saúde do Maine para que ficasse em quarentena até o dia 10 de novembro e saiu para passear de bicicleta com o namorado.
O juiz Charles C. Laverdière determinou que a enfermeira deve continuar monitorando sua saúde, medindo duas vezes ao dia a sua temperatura, e deve avisar as autoridades de saúde caso surja qualquer sintoma.
Como ela não apresenta sintomas, o juiz disse que ela não pode transmitir a doença.
Em uma ordem temporária na quinta-feira, o juiz decidira que Hickox deveria evitar espaços públicos, como shoppings centers, e manter um metro de distância das pessoas.
Nesta sexta, após falar por telefone com a enfermeira, ele disse que ela teria apenas de manter o monitoramento diário de sua saúde e informar aos serviços de saúde sobre qualquer sintoma e sobre qualquer plano de viagem.
Norman Siegel, um dos advogados da enfermeira, comemorou a decisão.
O Estado do Maine recorreu ao tribunal na quinta-feira (30) para impor restrições à enfermeira até que o período de incubação do vírus (21 dias) terminasse. Isso acontecerá em 10 de novembro.
Hickox disse que o confinamento que deveria cumprir em sua casa, no norte do Estado, violava seus direitos civis.
O governador do Maine, Paul LePage, lamentou que as restrições tenham sido aliviadas, mas disse que o Estado cumprirá a lei.
Hickox disse que está seguindo as orientações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças para a febre e outros sinais da doença. No início da semana, ela disse que não estava "disposta a ficar em casa e deixar meus direitos civis serem violados, já que essa orientação não é baseada na ciência".