Governo estuda entrevista com viajantes de países com surto de ebola

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 20/10/2014

BRASÍLIA, DF - O Ministério da Saúde avalia a possibilidade de realizar uma triagem, no Brasil, com viajantes dos países mais afetados pelo vírus ebola - Serra Leoa, Guiné e Libéria. Não há decisão tomada nem detalhamento de como seria a entrevista, no entanto, informa a pasta.
Uma triagem já é realizada, hoje, no momento em que os passageiros embarcam nos países onde há surto. A ideia desse procedimento é barrar, já na origem, a viagem de pessoas com sintomas como febre e hemorragia.
A França adotou, recentemente, medida semelhante apenas com o voo direto que vem de um dos três países. O Brasil não recebe voos diretos de nenhum deles.
Frente ao pequeno fluxo de viajantes das áreas afetadas e a experiências com outros vírus que demonstraram pouca eficácia no controle dos aeroportos, Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do ministério, defende que o foco das atenções deve estar nos serviços de saúde, para que eventuais casos suspeitos sejam rapidamente identificados e isolados.
"A medida efetiva é preparar as emergências", diz. Ele afirma que pediu aos secretários que enviem equipes para as emergências públicas e privadas dos Estados com o objetivo de repassar corretamente as informações sobre sintomas e o manejo dos pacientes.
Barbosa continua classificando como "muito baixa" a probabilidade de um passageiro com ebola desembarcar no Brasil. Há cerca de dez dias um homem vindo de Guiné foi o primeiro caso suspeito da doença no país. Ele estava em Cascavel e chegou a ser transferido para o Rio antes da doença ser descartada.
De todo jeito, afirma, algumas lições já foram aprendidas com os países fora da África onde houve transmissão interna - Estados Unidos e Espanha. "Se tiver algum caso aqui, profissionais de saúde [que atenderem o paciente] não vão ter férias na sequência do atendimento." Tanto na Espanha como nos Estados Unidos, as enfermeiras infectadas saíram de férias logo após atenderem a pessoas com ebola, o que provocou o temor de que a doença se espalhasse.