Putin diz que Rússia deve dar demonstrações de força contra sanções

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 14/08/2014

SÃO PAULO, SP - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (14) que seu país deve se recuperar, mas não ao ponto de entrar em confronto com o resto do mundo, em um tom mais conciliador após as sanções aos EUA e à União Europeia.

Em discurso na Crimeia, região autônoma ucraniana anexada por Moscou em março, o líder russo afirmou que sua intenção não é fechar o país para o resto do mundo, mas que a Rússia deve dar demonstrações de sua força.

"Nossos parceiros precisam entender que a Rússia tem várias formas de garantir seus interesses, mas isso não é uma panaceia e não pretendemos, assim como algumas pessoas, ir pelo mundo apontando uma navalha. Porém, todos devem saber que nós também temos essas coisas no nosso arsenal".

Para ele, muitos líderes europeus têm o desejo de acabar com as sanções com a Rússia. "Acho que eles querem sair dessa situação o mais rápido possível, porque isso prejudica nossa cooperação".

Europeus e americanos aplicaram sanções contra a Rússia por considerarem que Moscou armou e incentivou separatistas que enfrentam o Exército ucraniano no leste do país vizinho. Os russos negam a acusação.

Em resposta, o Kremlin proibiu a importação de produtos agrícolas desses países ocidentais, avaliadas em US$ 15 bilhões (R$ 34 bilhões). A partir da decisão, os russos recorreram à Ásia e à América Latina para conseguir os produtos.

Mais cedo, o Parlamento ucraniano aprovou mais sanções contra 172 cidadãos russos e 65 companhias acusadas de estarem envolvidas no financiamento e no apoio político dos separatistas do leste do país.


AJUDA HUMANITÁRIA

Nesta quinta (14), a Cruz Vermelha conseguiu o primeiro contato com o comboio russo que pretende levar ajuda humanitária a Lugansk, no leste da Ucrânia, onde milhares de pessoas enfrentam a falta de suprimentos devido ao bloqueio de Kiev.

A região é alvo de combates entre o Exército ucraniano e os separatistas pró-Rússia, que já deixaram mais de 2.000 mortos, segundo a ONU. A cidade está cercada pelas tropas ucranianas há três semanas, sem energia elétrica, água ou comida.

Mais cedo, foi definido que a ajuda entraria pela região de Lugansk, cuja fronteira com Rússia foi retomada pelo governo ucraniano. A Cruz Vermelha pediu informações sobre o conteúdo da ajuda, que Kiev afirma encobrir uma invasão.