Busca por avião atravessa continente e polícia investiga tripulação

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 17/03/2014
O ministro dos Transportes da Malásia mostra mapa do corredor de buscas pelo avião. Por terra, mar e céus, 26 países ajudam

A Austrália assumiu nesta segunda-feira (17) o rastreamento do sul do oceano Índico em busca de um avião desaparecido, e a Malásia solicitou dados de radar de países que vão até a Ásia Central, em meio a crescentes evidências de que o desaparecimento do avião foi meticulosamente planejado. Nenhum traço do voo MH370 da Malaysia Airlines foi encontrado após o desaparecimento em 8 de março, com 239 pessoas a bordo. Os investigadores estão cada vez mais convencidos de que a aeronave foi desviada, talvez milhares de quilômetros fora de seu curso, por alguém com profundo conhecimento do Boeing 777 e de navegação comercial.

As suspeitas de sequestro ou sabotagem aumentaram depois que foi confirmada que a última mensagem de rádio da cabine do piloto --um informal "tudo bem, boa noite"-- foi dita depois que alguém havia começado a desativar um dos sistemas de monitoramento automático do avião. Mas a polícia e uma equipe internacional de investigação podem nunca saber ao certo o que aconteceu na cabine de comando, a menos que o avião seja encontrado.

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Os dados de satélite sugerem que o avião poderia estar em qualquer lugar dos dois grandes corredores que cobrem grande parte da Ásia: um deles percorrendo em direção ao norte, a partir do norte da Tailândia até o Cazaquistão, e o outro ao sul da Indonésia até o oceano Índico a oeste da Austrália.

O governo do Cazaquistão divulgou nesta segunda-feira (17) que não detectou nada suspeito em seu território no dia 8, quando o avião sumiu, e que se o avião tivesse hipoteticamente invadido o seu espaço aéreo, isso teria sido percebido, segundo o Comitê Nacional de Aviação Civil. A empresa Malaysia Airlines possui nove voos regulares diários sobre a Europa que passam sobre o Cazaquistão.
A China, que tem expressado sua impaciência com os esforços da Malásia para encontrar o avião, pediu a seu pequeno vizinho para "imediatamente" expandir e deixar claro o âmbito da investigação. Cerca de dois terços dos passageiros a bordo do MH370 eram chineses.

O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, disse que tinha falado com seu colega da Malásia, Najib Razak, por telefone, e que tinha oferecido mais recursos de buscas, além de duas aeronaves P-3C Orion que seu país já havia disponibilizado.
"Ele pediu que a Austrália assuma a responsabilidade pela busca no vetor sul, que as autoridades malaias agora acreditam ser uma trajetória possível do voo", disse Abbott ao Parlamento. "Eu concordei que iríamos fazê-lo."

O Ministério dos Transportes da Malásia disse em um comunicado nesta segunda-feira que enviou notas diplomáticas a todos os países ao longo dos corredores norte e sul da área de rastreamento solicitando informações de radar e satélite, bem como as operações de busca em terra, mar e ar.

A Marinha e a Aeronáutica da Malásia também estão procurando no corredor sul, disse.