Bombeiros interditam caverna que exala gás tóxico

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 07/05/2010
Odor pode ser sentido a dois quilômetros

O Corpo de Bombeiros e a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil do Tocantins interditaram, nesta sexta-feira (7), uma caverna localizada na cidade Miracema do Tocantins (TO). Segundo o documento, foi constatada a presença de gases, de forte odor, que podem ser prejudiciais à vida. O cheiro é sentido a cerca de dois quilômetros de distância, de acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Na caverna, foram encntrados morcegos, corujas e insetos mortos.
 

A caverna não é ponto turístico da cidade, fica dentro de uma fazenda particular, a cerca de 30 quilômetros do centro de Miracema do Tocantins, perto de um assentamento. O isolamento foi feito num raio de 100 metros da entrada da caverna. O laudo que deve apontar o tipo de gás e o grau de risco que pode representar para a população deve ser concluído em dez dias.
 

O Corpo de Bombeiros informou que a morte dos animais aponta a toxidade do gás. O cheiro semelhante a “enxofre” pode indicar a presença de gás sulfídrico, que é altamente tóxico, irritante e atua sobre o sistema nervoso, os olhos e as vias respiratórias.
 

"Eu mesmo estive lá, de máscara, mas senti náuseas e dores de cabeça. Os bombeiros estão usando balões de oxigênio para conseguir fazer o trabalho deles na caverna", disse Elias Pontes Pereira, secretário municipal de Meio Ambiente.
 

Segundo os bombeiros, os moradores relataram a presença de fumaça no local, principalmente durante as primeiras horas da manhã e ao entardecer. Na quarta-feira (5), uma inspeção foi feita na caverna durante três horas e meia. O trabalho foi acompanhado por geólogos e técnicos ambientais do Instituto de Natureza do Tocantins (Naturatins) e da Secretaria do Meio Ambiente de Miracema do Tocantins.
 

"Coletamos amostras de solo, de rochas e de material orgânico. Encontramos morcegos, corujas e insetos mortos na caverna. Além disso, a vegetação que está no entorno da entrada da caverna está seca", disse Pereira.
 

O secretário informou ainda que os primeiros relatos de moradores da região começaram a surgir no fim de março deste ano, mas ele só iniciou a averiguação do que está acontecendo no local nesta segunda-feira (3), quando protocolou um pedido para que especialistas do Naturatins fizessem uma análise na caverna.
 

Ainda segundo Pereira, a entrada da caverna tem 70 metros de diâmetro e a profundidade estimada é de 100 metros. "Para chegar ao local é preciso superar uma estrada de terra e uma trilha de cerca de 600 metros, com dificuldade acentuada, além da mata fechada."