Comércio de SP usa câmeras que capturam conversas

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 26/04/2010
As câmeras são instaladas em pontos estratégicos e por meio de um sistema via internet apenas os donos conseguem acompanhar online as imagens

Donas de lojas que precisam saber como as vendedoras estão atendendo os clientes. E proprietários de restaurantes que querem acompanhar de perto a qualidade do atendimento dos garçons nas mesas.

Até bem pouco tempo, as empresas usavam as chamadas câmeras IP - que usam a rede para enviar imagens para o computador ou para um smartphone em qualquer parte do mundo - para monitorar as imagens, por questões de segurança. Mas, com a captação de áudio, os comerciantes também usam o sistema para controlar funcionários insatisfeitos e evitar broncas de clientes estressados.

A rede de lojas femininas Viva Allegra, que conta com quatro lojas na capital paulista, precisava ter um controle maior do que suas funcionárias conversavam com as clientes, se estavam passando as informações corretas dos produtos, explicando as condições de pagamento direito e as tratando da melhor forma possível. Para isso, a rede contratou o serviço de monitoramento e de gravação na nuvem da Imagica, que instalou 13 câmeras em pontos estratégicos dos quatro estabelecimentos.

Quem tem acesso ao sistema são as sócias da loja. De seu computador, elas conseguem ver e ouvir tudo o que se passa no caixa, no salão de vendas e no estoque das quatro lojas. O único lugar que não tem câmeras é a seção dos provadores. Tanto o áudio como a imagem são transmitidos em tempo real pela internet e podem ser acessados, com uso de uma senha, de qualquer computador.

Estela Nunes, uma das donas da rede, diz que, no dia em que o sistema entrou no ar, "ao serem avisadas que suas conversas seriam monitoradas, depois da surpresa, várias das 30 funcionárias da loja ficaram constrangidas". Segundo a empresária, depois de algum tempo elas acabaram até esquecendo que o equipamento existia.

Uma das utilidades mais polêmicas - e acidentais - do uso dessas câmeras de vigilância foi quando as sócias ouviram uma funcionária, "que vivia reclamando de tudo e das colegas pelas costas, dizendo que iria pedir demissão", conta Estela. A conversa foi gravada, e as donas da loja pediram à funcionária que deixasse o hábito.

- Como ela sabia que tinha uma câmera, estava pedindo para ser repreendida ou demitida.