Sindicato dos motoristas de ônibus descarta fazer greve

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 01/07/2013





SÃO PAULO, SP, 1 de julho (Folhapress) - Os motoristas de ônibus de São Paulo farão uma assembleia na próxima quinta-feira para decidir se irão participar de manifestações organizadas em todo o país contra mudanças na lei federal que regulamenta a profissão.

O sindicato da categoria, porém, descarta possibilidade de greve na capital paulista. Entre as propostas colocadas em votação está, no máximo, atrasar a partida dos ônibus nos terminais.

"Seria algo de no máximo uma hora, fora dos horários de pico, tipo entre 11h e 12h, para não atrapalhar a população", disse Nailton Souza, membro da diretoria. Outras ações envolvem atos nas garagens, sem atrapalhar a operação.

Manifestações estão sendo organizadas em todo o país para a próxima sexta-feira pela CNTTT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestre).

O motivo é pressionar contra mudanças na lei 12.619/12, que regulamentou a profissão de motorista, e afeta mais amplamente o transporte de cargas.

Uma comissão especial da Câmara dos Deputados está revendo a lei, e, no parecer apresentado pelo relator, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), foi ampliado de 4 para 6 horas o limite de tempo de direção sem descanso obrigatório de 30 minutos.

O texto também torna obrigatório o exame toxicológico para motoristas profissionais e torna sem efeito punições já aplicadas tanto para empresas quanto para motoristas.

A lei enfrenta resistência de diversas categoria do setor de cargas. Enquanto agricultores afirmam que ela dificulta o escoamento da produção, caminhoneiros, principalmente autônomos, argumentam que as rodovias não têm locais de descanso seguros e em quantidade suficiente.

A CNTTT diz que a mudança seria um retrocesso, mas se posicionou contra uma greve da categoria. "A melhor forma de alcançar as mudanças necessárias nas legislações do setor é por meio do debate e da busca por soluções conjuntas, e não através de um movimento grevista", afirma a entidade, em nota.

A votação do parecer está agendada para amanhã às 14h, no plenário 4 da Câmara.