Milhares preparam dia de protestos em aniversário de posse de Mursi

Autor: Da Redação,
sábado, 29/06/2013





SÃO PAULO, SP, 29 de junho (Folhapress) - Milhares de manifestantes do grupo religioso Irmandade Muçulmana e da oposição preparam para amanhã uma série de protestos no Egito, em lembrança ao primeiro ano de mandato do presidente islâmico Mohamed Mursi.

Os atos são preparados em um clima de nervosismo, especialmente por causa da série de distúrbios que deixaram oito mortos durante a semana. Dentre eles, o intercambista americano Andrew Pochter, 21, morto a facadas enquanto tirava fotos dos protestos.

Enquanto a Irmandade Muçulmana programa atos em comemoração pelo poder conseguido após a queda do ditador Hosni Mubarak (1980-2011), a oposição pedirá a antecipação das eleições, já que acusa Mursi de ser autoritário.

Centenas de rivais de Mursi montaram acampamento na praça Tahrir, no centro do Cairo, palco dos protestos que levaram à deposição de Mubarak. A oposição pede uma "segunda revolução" e a renúncia de Mursi.

Os organizadores da campanha Tamarrod (rebelião, em árabe) dizem que conseguiram 22 milhões de assinaturas para conseguir a antecipação das eleições. A Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi, advertiu a oposição que não permitirá um "golpe de Estado" contra o presidente.

Mursi enfrenta sérias críticas da oposição e da comunidade internacional em seu primeiro ano na condução do país. O Egito enfrenta uma forte crise econômica causada pelo aumento dos gastos do governo e a queda do faturamento no turismo, além de reformas políticas que deram mais poder aos islâmicos.

Obama

Hoje, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manifestou preocupação com a situação no Egito e pediu uma atuação mais construtiva por parte de Mursi. "Pedimos a todas as partes que não se envolvam na violência, e à polícia e ao exército que apresentem mostras de moderação apropriada."

"Todos os partidos têm de denunciar a violência", disse Obama na outra extremidade da África, em Pretória, na África do Sul. "Gostaríamos de ver a oposição e o presidente Mursi conversando de forma mais construtiva sobre como fazer o país avançar, porque ninguém está se beneficiando do atual impasse."

A declaração é feita após a morte do estudante americano Andrew Pochter, 21, que fazia intercâmbio em Alexandria, no norte egípcio. Ele morreu após ser esfaqueado enquanto tirava fotos durante um protesto contra o governo de Mursi.

Pochter era natural do Estado de Maryland e estudava árabe na cidade egípcia. Ele ainda trabalhava para a AMIDEAST, uma organização americana sem fins lucrativos, dando aulas de inglês para crianças egípcias. Nos Estados Unidos, o jovem estudava na Universidade Kenyon, em Ohio.

Após a morte de Pochter, o Departamento de Estado americano emitiu um alerta da viagem a americanos que estejam no Egito.