CURITIBA, PR, 27 de junho (Folhapress) - Nove municípios do Paraná decretaram situação de emergência hoje após fortes chuvas que deixaram dois mortos e provocaram danos em 68 cidades do Estado.
Na última semana, choveu em sete dias mais do que a média histórica do mês para alguns municípios, especialmente nas regiões oeste, sul e leste do Paraná.
Em Curitiba, por exemplo, foi registrado o dobro da chuva prevista para todo o mês em apenas sete dias: foram 234 mm entre os dias 19 e 25. A média histórica do mês de junho é de 116 mm.
Já nas regiões central e oeste do Estado, como em Cândido de Abreu e Quedas do Iguaçu, choveu em sete dias quase três vezes mais que a média mensal.
Houve inundações, enxurradas e, em algumas cidades, deslizamentos de terra, como em Laranjeiras do Sul (a 360 km de Curitiba), onde uma mulher e uma criança morreram soterradas em casa, na última quinta-feira.
Mesmo no norte do Estado, onde as chuvas não foram tão intensas, há risco de inundações com a cheia dos rios que cortam à região.
Em Cianorte, por exemplo, o rio Ivaí invadiu a PR-323 na tarde de ontem, deixando a rodovia completamente interditada desde então. Motoristas estão utilizando estradas alternativas, e há preocupação com comunidades ribeirinhas, que estão sendo monitoradas pela Defesa Civil.
No início da tarde de hoje ainda havia 1.550 pessoas desabrigadas e desalojadas no Estado. Cerca de 7.000 casas foram danificadas.
Estão em situação de emergência os municípios de Bituruna, Imbituva, Irati, Teixeira Soares, Dois Vizinhos, Itapejara do Oeste, São João, Sulina e Santa Tereza do Oeste, nas regiões sul, oeste e sudoeste do Paraná.
Em Irati, uma das cidades atingidas, ainda faltava energia e água em algumas comunidades hoje.
A previsão é que a chuva diminua entre hoje e amanhã, mas volte a se intensificar a partir de sábado.
"Hoje, a tendência é de chuvisco, mas sábado volta a chover de forma significativa. Isso ainda gera preocupação", diz o meteorologista Samuel Braun, do Simepar (serviço meteorológico do Paraná).