Clima de frustração domina pavilhão brasileiro

Autor: Da Redação,
terça-feira, 28/05/2013





Por Fabio Cypriano, Enviado especial

VENEZA, ITÁLIA, 28 de maio (Folhapress) - O clima no pavilhão brasileiro da 55ª Bienal de Arte de Veneza era de frustração, enquanto um sentimento de animação dominava os demais pavilhões do Giardini, o principal espaço da mostra, aberta hoje para jornalistas e convidados.

Centenas de visitantes, especialmente formadores de opinião, como Chris Dercon, curador da Tate Modern, de Londres, não puderam entrar no pavilhão do Brasil, que permaneceu todo o dia com suas portas fechadas. Isso ocorreu porque a maioria das obras chegou ao local apenas ontem, pela manhã, e os artistas Hélio Fervenza e Odires Mlászho ainda montavam algumas peças, no fim da tarde, com a ajuda de seis assistentes.

"É uma tristeza, eu nem sei mais o que dizer, porque na Bienal de São Paulo isso não aconteceu", disse à Folha o curador da seleção brasileira na Itália, Luis Pérez-Oramas, que também foi o responsável pela última Bienal de São Paulo (2012).

Até os membros do júri da Bienal deram com a cara na porta.

Eles passaram pelos pavilhões já na segunda-feira. No próximo sábado, eles devem anunciar o Leão de Ouro para melhor artista e melhor pavilhão.

"Os jurados devem passar pelo pavilhão nessa quarta", disse Emilio Kalil, o produtor da representação brasileira.

De modo geral, tanto os demais pavilhões como a mostra principal, "O Palácio Enciclopédico", já estavam totalmente prontos. Apenas Argentina e Espanha finalizam a sinalização nas paredes, mas todas as obras estavam instaladas.

Hoje, o pavilhão deve estar aberto, mas mesmo assim com um pedestal vazio, onde esta prevista a "Unidade Tripartite", de Max Bill (1908-1994), que venceu o prêmio da primeira Bienal de São Paulo, em 1951.

A obra sairia de São Paulo apenas amanhã. Em uma previsão bastante otimista, Kalil espera que até o fim do dia, a escultura esteja instalada. A Fundação Bienal entregou as obras para a transportadora Millenium há cerca de 15 dias, tempo que seria suficiente para evitar o atraso.

Segundo Matheus Quintanilha, da Millenium, a situação se complicou por conta "do processo de desembaralho alfandegário" e porque a "TAM postergou o embarque em quatro dias devido a um grande lote de frutas, que ganhou a preferência para voar por se tratar de produto perecível". A 55ª Bienal de Arte de Veneza será aberta ao público no próximo sábado, e fica em cartaz até 24 de novembro.