Cameron tenta acalmar partido após pressão por saída de bloco

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 13/05/2013





SÃO PAULO, SP, 13 de maio (Folhapress) - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse hoje que todos os integrantes do governo apoiam sua posição de continuidade na União Europeia, um dia após dois ministros dizerem que votariam pela saída do bloco econômico.

Em reunião do Partido Conservador em janeiro, Cameron defendeu a realização de um referendo público sobre a permanência dos britânicos no bloco em 2017. Ele também defendeu negociações para reformas que deem mais competitividade ao bloco europeu.

Em entrevista antes de uma viagem aos Estados Unidos, ele tentou diminuir as divisões internas e disse ter apoio de todos os ministros. "O que importa é ter certeza de que vamos fazer tudo o que pudermos para reformar a UE para que quando tivermos o referendo possamos dar ao público britânico uma escolha real".

"Cada ministro conservador está confiante de que seremos capazes de realizar essas mudanças. Estamos todos confiantes no sucesso."

Ontem, o ministro da Defesa, Philip Hammond, disse à BBC que votaria contra a permanência na União Europeia se a eleição fosse agora. Horas antes, o titular da Educação, Michael Gove, disse que "a vida (fora da UE) seria perfeitamente tolerável" e inclusive "haveria algumas vantagens".

Porém, ambos os ministros expressaram seu respaldo à estratégia defendida por Cameron para renegociar a posição do Reino Unido com a União Europeia antes de convocar a consulta popular.

Moção

A discussão acontece dias antes da votação no Parlamento de uma moção que exige mudança na lei para autorizar a votação.

O pedido, feito por deputados eurocéticos (contrários à UE), responde à falta de legislação para realizar o referendo. A previsão é que o governo oriente seus aliados a se abster na votação, embora cerca de cem deputados conservadores devam apoiar a mudança.

Cameron, que lidera uma coalizão de dois partidos, prometeu tentar renegociar a presença do Reino Unido na UE caso vença a eleição em 2015 e, em seguida, convocar um referendo para decidir se o seu país vai continuar a ser um membro do bloco.

Ele não pode agir agora porque seus parceiros de coalizão, os liberais-democratas, se opõem a tal movimento. Enquanto isso, uma ala do seu partido pressiona para que a votação seja antecipada, já que temem perder poder para o Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), que ganhou força nas eleições locais.