Obama cede a republicanos e aceita cortar gastos sociais em orçamento

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 05/04/2013





SÃO PAULO, SP, 5 de abril (Folhapress) - O presidente americano, Barack Obama, fará concessões aos rivais republicanos na área de programas sociais, importantes para o Partido Democrata, para obter um acordo de redução de deficit, segundo uma autoridade americana que detalhou as principais linhas da proposta de orçamento do presidente para o exercício de 2014.

O plano, que será apresentado na próxima quarta-feira, inclui modificações nos programas públicos de aposentadoria e seguro de saúde para idosos, cuja evolução será indexada de maneira menos generosa. Esse é um pedido de longa data dos republicanos.

Mas o presidente apenas aceitará esses cortes de gastos se os parlamentares republicanos concordarem com impostos maiores.

Obama espera alcançar uma redução adicional do orçamento de US$ 1,8 trilhão ao longo de dez anos. O deficit orçamentário anual, estimado em 5,5% do PIB para o exercício que termina em setembro, cairia a 2,8% em 2016 e 1,7% em 2023, segundo o cálculo.

A renovada oferta do presidente nas negociações fiscais com os republicanos segue uma série de amargas batalhas sobre impostos e gastos desde 2011. Obama pretende deixar o assunto de redução do deficit para trás e dar continuidade a outras prioridades, que incluem imigração e legislação de controle de armas.

O presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, que negocia desde 2011 com Obama os assuntos orçamentários, com resultados muito limitados, recebeu a proposta do Executivo sem entusiasmo.

"Uma das melhores coisas que o presidente Obama pode fazer é seguir os passos da Câmara e preparar um orçamento equilibrado que compreenda reformas de programas sociais sem que implique mais aumentos de impostos, que impedirão o crescimento ao invés de estimulá-lo", afirmou em um comunicado.

Milionários

O governo americano destinou mais de US$ 80 milhões em benefícios para desempregados para famílias com renda superior a US$ 1 milhão. Segundo a agência de notícias Bloomberg, cerca de 3.200 famílias, pelo menos 20% delas em Nova York, receberam em média US$ 12.600 em 2010

Os US$ 80 milhões representam menos de 0,01% do deficit de US$ 845 bilhões previsto para este ano. No entanto, o seguro-desemprego para famílias milionárias ressalta a falta de estrutura dos programas sociais federais.