Donos de casas noturnas criticam fechamentos e pedem gabinete de crise

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 01/02/2013





Por Venceslau Borlina Filho

RIO DE JANEIRO, RJ, 1 de fevereiro (Folhapress) - Proprietários de casas noturnas do Rio criticaram hoje as ações de fechamento dos estabelecimentos pelo Corpo de Bombeiros e prefeitura, e pediram a formação de um gabinete de crise para discutir permissões de funcionamento com critérios mínimos de segurança.

Eles aproveitaram a realização do 5º Rio Music Conference, festival de música eletrônica que acontece no Rio e engloba palestras, mesas de discussões e conferências, para falar das medidas tomadas após a tragédia de Santa Maria (RS), que deixou até agora 236 pessoas mortas.

O subprefeito da zona sul do Rio, Bruno Ramos, afirmou que a decisão da prefeitura de fechar casas noturnas atende exclusivamente a ordem dos bombeiros de que o estabelecimento não tem condições de segurança para funcionar. O problema, segundo os proprietários, é que alguns estabelecimentos tinham licença já concedida pelos bombeiros.

"Da forma que está sendo feito [o fechamento das casas noturnas], não é de interesse da sociedade. As interdições podem estar soando como irresponsabilidade dos proprietários de casas noturnas, mas há uma burocracia do governo em liberar as licenças de funcionamento", disse o sócio-proprietário do grupo Matriz (de casas noturnas), Léo Feijó.

Segundo ele, o gabinete de crise já tem participações de instituições como a OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil-Rio de Janeiro), Crea-RJ (Conselho Regional de Arquitetura do Rio de Janeiro), Sindirio (Sindicato dos Bares, Restaurantes e Boates do Rio de Janeiro) e Secretaria de Estado da Cultura do Rio, pelo fechamento de pontos culturais.

Uma reunião já está prevista para acontecer na próxima segunda-feira. A preocupação é com a proximidade do Carnaval, um dos períodos de maior movimentação e faturamento das casas noturnas no Rio. "As casas sem qualquer segurança devem ser fechadas. Mas aquelas que atendem os critérios mínimos podem funcionar e ter um prazo de 30, 60 dias para se regularizar", disse o empresário Allan Santana, que coordena a fundação de uma associação do entretenimento no Rio.

O subprefeito afirmou que poderá encaminhar ao prefeito Eduardo Paes (PMDB) a reivindicação dos proprietários de casas noturnas para desburocratização das licenças de funcionamento. "Mas a nossa intenção é preservar a integridade das pessoas. Se os bombeiros disser que não há condições de funcionar, não vamos liberar", disse.

O DJ e produtor cultural Mário Mamede afirmou que as ações de fechamento estão acontecendo de forma muito agressiva e que é preciso ser revisto. "Estão dando um tiro no pé da cidade", disse.