Polícia encontra três extintores na boate Kiss

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 01/02/2013





SÃO PAULO, SP, 1 de fevereiro (Folhapress) - A Polícia Civil afirmou hoje que encontrou três extintores no prédio da boate Kiss, onde um incêndio matou 236 pessoas na madrugada de domingo em Santa Maria (RS).

Há suspeitas de que não havia equipamentos em número suficiente e de que ao menos um deles não funcionava.

Integrantes da banda e um segurança disseram à polícia que tentaram apagar o fogo logo no início, mas que o extintor usado não funcionou. Os equipamentos foram para a perícia.

A polícia vai analisar as normas de segurança vigentes em Santa Maria para estabelecer quantos extintores a casa precisava ter. Há dúvidas sobre as normas porque há leis que são municipais e outras que são estaduais, todas em vigor.

A boate Kiss tem, aproximadamente, 615 metros quadrados.

De acordo com o delegado Sandro Meiners, a polícia investiga relatos de que os extintores existentes podem ter sido esvaziados em uma festa anterior à tragédia, durante alguma "brincadeira" feita com os equipamentos.

Policiais fizeram uma reconstituição do momento do incêndio recolocando os obstáculos que, segundo relatos, dificultaram a saída das pessoas no domingo.

Havia grades na entrada da boate para que os clientes entrassem em fila.

"A recolocação dos obstáculos, que haviam sido derrubados, mostrou que a dificuldade de saída era maior do que imaginávamos", disse Meiners.

A polícia também investiga se as saídas da boate eram adequadas para o público que o prédio recebia. É de competência dos bombeiros aprovar um plano de segurança que estabeleça o número e o local das portas, da sinalização e das luzes de emergência, dos extintores, entre outras coisas.

O plano de segurança da Kiss foi entregue aos policiais, mas, segundo o delegado, peritos não encontraram ainda o nome do responsável técnico (engenheiro) que assinou o documento.

Nenhum bombeiro foi chamado para depor ainda, o que deve ocorrer nos próximos dias, segundo o delegado.

Ainda segundo o delegado Meiners, a polícia investiga por que as janelas da boate eram todas fechadas, impedindo a circulação de ar. "As saídas de ar foram obstruídas, fechadas deliberadamente. A única saída para a fumaça era a porta", disse.