ONU pede US$ 1,5 bi de ajuda humanitária a refugiados

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 19/12/2012





SÃO PAULO, SP, 19 de dezembro (Folhapress) - A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu hoje à comunidade internacional uma ajuda de US$ 1,5 bilhão (R$ 3,15 bilhões) aos refugiados do conflito entre rebeldes e o regime de Bashar Assad na Síria, que completou 21 meses.

Para a entidade, os sírios que foram para áreas em que o conflito é menos intenso no país ou então buscaram abrigo em países vizinhos sofrem "uma deterioração dramática" de sua situação humanitária. Desde o início dos confrontos, mais de 1 milhão de pessoas saíram do país e outras 2 milhões se deslocaram internamente.

A ajuda será dividida em duas quantias: cerca de US$ 500 milhões serão usados para ajudar os sírios dentro do país, enquanto outros US$ 1 bilhão, destinados aos acampamentos de refugiados em cinco países da região, como Turquia, Jordânia e Líbano.

O enviado regional do Alto Comissariado de Refugiados da ONU, Panos Moumtzis, disse que a entidade tem 525 mil sírios registrados em sua base de dados, mas afirmou que 1 milhão de refugiados no exterior precisarão da ajuda, que será usada durante o primeiro semestre de 2013.

"Nós não seremos capazes de responder às necessidades de sobrevivência dos civis que deixam a Síria todos os dias, a não ser que essa ajuda venha rápido".

Crise humanitária

O conflito na Síria, iniciado em março de 2011, criou uma crise humanitária, em especial nas cidades mais afetadas pelos confrontos entre o regime e os rebeldes, como Aleppo, Homs, Hama e a periferia da capital Damasco.

Devido ao aumento da intensidade dos combates a partir de julho, o fluxo de refugiados aumentou nos países vizinhos, especialmente na Turquia, na Jordânia e no Líbano, o que aumentou a preocupação das autoridades locais.

A ONU começou a intervir este ano nas regiões de fronteira, recebendo recursos de doações. A organização, no entanto, não consegue trabalhar dentro da Síria e no início deste mês retirou todo seu pessoal das cidades do país pela falta de segurança.

O regime de Bashar Assad também não permite a entrada de organizações humanitárias internacionais, o que aumenta a deterioração das regiões mais afetadas pelos confrontos. Em 21 meses, mais de 40 mil pessoas morreram no país, segundo ativistas da oposição.