Egípcio é condenado a três anos de prisão por postar vídeo anti-islã

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 12/12/2012





SÃO PAULO, SP, 12 de dezembro (Folhapress) - Um cristão copta foi condenado hoje no Egito a três anos de prisão por blasfêmia após ser acusado de postar cópias do vídeo "A Inocência dos Muçulmanos", que satiriza o profeta Maomé e provocou protestos em mais de 30 países em setembro.

O estudante de ciência da computação Alber Saner, 27, foi preso em 13 de setembro após vizinhos o acusarem de subir trechos do filme que provocou os protestos e fazer um novo vídeo, em que critica todas as religiões.

Durante o julgamento, os promotores o acusaram de criar páginas na rede social Facebook incentivando o ateísmo, insultando o islamismo e o cristianismo e as crenças religiosas.

No dia 28 de novembro, o mesmo tribunal condenou à morte sete cristãos coptas e o pastor americano Terry Jones acusados de participação no filme "A Inocência dos Muçulmanos". Os sete produtores, que moram nos Estados Unidos, foram julgados à revelia.

Ele ainda pode apelar contra a decisão se pagar uma fiança de mil pesos egípcios (R$ 336). O caso é encarado pelos advogados como uma violação da liberdade de expressão no país. Organizações de direitos humanos, como a Anistia internacional, também pediram a liberação de Saber.

A prisão acontece a três dias do primeiro dia de votação do referendo da nova Constituição, no próximo sábado (15). Uma das críticas ao novo texto é a introdução de elementos da lei islâmica que condenam a crítica à religião, o que é encarado como violação da liberdade de expressão.

Filme

O trailer do filme, com 14 minutos de duração, foi divulgado no site YouTube no último 11 de setembro, data que marcou os 11 anos dos atentados ao World Trade Center, em Nova York.

Nele, o profeta Maomé aparece como mulherengo e ambicioso, enquanto o islã é retratado como violento. As sátiras provocaram uma série de protestos violentos em países muçulmanos que deixaram pelo menos 200 mortos e milhares de feridos.

O vídeo também é apontado como o motivo para o protesto que terminou na invasão do consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, que terminou com a morte do embaixador americano no país, Christopher Stevens.