Aviões da Otan bombardearam Bab Al-Aziziyah, fortaleza do ditador da Líbia, Muammar Kadhafi, em Trípoli, na madrugada desta terça-feira (23), segundo a TV Al Jazeera, que cita fontes dos rebeldes que combatem o regime.
Não se sabe se Kadhafi está no local -o paradeiro dele é desconhecido, segundo os rebeldes e a Casa Branca.
Também não há informações sobre vítimas ou danos.
Os rebeldes invadiram e dominaram setores da capital, após mais de seis meses de violentos combates no país.
A Otan, cumprindo determinação da ONU, faz ataques regulares às forças leais ao ditador, para proteger civis.
A batalha para tomar o controle do complexo será feroz, mas qualquer um que estiver do lado de dentro tem pouca chance de escapar, disse mais cedo um porta-voz dos rebeldes à televisão Al Jazeera nesta segunda-feira.
Eu não imagino que o complexo de Bab Al-Aziziyah irá cair facilmente e acredito que vai acontecer uma batalha feroz", disse Abdel Hafiz Goga, porta-voz do Conselho Nacional de Transição da Líbia, em entrevista.
"Os rebeldes estão montando postos de checagem nas entradas de Trípoli e eu não acho que ele (Mohammad, um dos filhos de Muammar Gaddafi) conseguirá escapar de Trípoli, e o mesmo se aplica ao coronel Kadhafi", disse ele.
Mohammad, o filho mais velho de Gaddafi, fugiu nesta segunda-feira de sua residência em Trípoli após ter sido cercado por forças rebeldes. Os outros dois filhos de Kadhafi permanecem sob custódia.
O complexo de Kadhafi em Trípoli, que inclui acampamentos militares, tem sido alvo de bombardeios aéreos da Otan nas últimas semanas, mas os rebeldes disseram nesta segunda-feira que o local permanece fortemente protegido por tanques e atiradores de elite.
Bab Al-Aziziya foi alvo de um bombardeio norte-americano em 1986 que o então presidente dos EUA, Ronald Reagan, definiu como resposta ao que chamou de cumplicidade líbia no ataque a um clube noturno de Berlim.
Um correspondente da Al Jazeera em Trípoli disse ao vivo que a situação na cidade era aparentemente calma na noite de segunda-feira, mas havia disparos ocasionais e poucas pessoas nas ruas.
Apoio ocidental
O presidente dos EUA, Barack Obama, e líderes europeus demonstraram apoio ao Conselho Nacional de Transição, órgão político dos rebeldes, e pediram que Kadhafi, no poder desde 1969, deixe o governo o mais rápido possível.
O governo brasileiro ainda estuda se vai apoiar os rebeldes, segundo o Itamaraty.