Combustíveis fazem inflação nacional estourar limite em julho

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 05/08/2011
Governo trabalha com teto de 6,5% para o IPCA em 2011, mas desde abril a inflação está acima disso

O preço dos combustíveis voltou a subir em julho e fez a inflação se distanciar ainda mais do limite máximo definido pelo governo. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ficou em 6,87% no período de agosto do ano passado a julho deste ano (12 meses), enquanto o teto do governo é de 6,5%.

Em uma conta simples, a alta é a seguinte: se uma cesta básica custava R$ 100 em agosto, agora ela valeria R$ 106,87. O governo gostaria que ela estivesse custando, no máximo, R$ 106,50.

Este foi o maior percentual visto para a inflação desde junho de 2005, quando os preços acumulados em 12 meses haviam subido 7,27%. Desde abril a inflação está em patamar acima do teto do governo, de 6,5%.

Se considerada somente a mudança de preços entre junho e julho, o IPCA passou de um aumento de 0,15% para uma alta de 0,16%, o que não é de preocupar porque representa quase uma estabilidade. Ainda assim, o governo tem atuado para controlar a inflação ao aumentar os juros e dificultar o crédito ao consumidor.

Sozinhos, os combustíveis foram os que mais empurraram o índice para cima. Após a queda de preços vista em junho (de 4,25%), eles tiveram aumento de 0,47% no mês passado. O etanol, que havia ficado 8,84% mais barato em junho, encareceu 4,01%; a gasolina foi de -3,94% para 0,15% no mesmo período.

Considerando a inflação de 0,16% do mês passado, sozinhos, os transportes responderam por 0,09 pontos percentuais. Em outras palavras, o custo de abastecer o carro ou de pegar um ônibus representou mais da metade de todos os aumentos de preços registrados no país.

- Face à alta dos combustíveis, o grupo transporte, que havia ficado em -0,61% em junho, foi para 0,46% em julho. O grupo teve, ainda, a contribuição do aumento das tarifas dos ônibus interestaduais tendo em vista o reajuste médio a partir do dia primeiro de julho. Houve influência, também, de aumentos nos itens conserto de automóveis, pedágio, além das passagens aéreas.

Ainda pesou no bolso dos brasileiros os novos aumentos dos salários dos empregados domésticos. Em junho, os custos para manter um trabalhador doméstico em casa haviam aumentado 0,33%. Em julho, os preços subiram 1,26%.